Agentes fiscais do Conselho Regional de Educação Física da 2ª Região fecharam 75 academias irregulares no Estado em 2017. Os estabelecimentos não tinham registro no órgão, não contavam com profissionais habilitados para orientar adequadamente quem frequentava os locais e só puderam voltar à atividade após regularizarem a sua situação.
– Existe um risco imenso de uma pessoa se machucar ao praticar esportes ou fazer exercícios físicos sem a orientação correta de um profissional formado. Uma sobrecarga no peso sem a devida aplicação pode resultar em lesões e comprometer a qualidade de vida das pessoas. E isso acontece muito mais do que a gente pode imaginar – diz a presidente do CREF2/RS , Carmen Masson (CREF 001910-G/RS) .
Ao longo de 2017, o Departamento de Fiscalização e Orientação (DEFOR) do Conselho atendeu 891 denúncias de irregularidades em academias e autuou cerca de mil pessoas – a maioria por exercício ilegal da profissão, por estarem fora da área de atuação, por não possuírem um Termo de Compromisso de Estágio válido ou por não estarem cumprindo corretamente as atribuições de Responsável Técnico (RT) e do Código de Ética. O trabalho de fiscalização foi intenso: foram feitas mais de 2.100 visitas em 179 cidades gaúchas.
– A nossa intenção é, pelo menos, dobrar o número de visitas em 2018 – diz a assessora do DEFOR, Fernanda Rodrigues (CREF 009604-G/RS) .
As visitas aos estabelecimentos são feitas sem aviso prévio, justamente para não dar tempo para que os que estão ilegais “escapem” dos locais e haja o flagrante. Mesmo assim, o trabalho é dificultado pelos próprios donos dos espaços.
– Em muitas cidades eles têm um grupo no Whatsapp. Assim que chegamos ao primeiro local na cidade, eles avisam os outros pelo serviço de mensagens. Assim, muitos que estão em situação clandestina fecham as portas e, assim, não conseguimos realizar a fiscalização – afirma Fernanda.
Para evitar que esse tipo de boicote ocorra, a entidade realiza uma série de encontros e palestras com os profissionais de Educação Física para impulsionar a conscientização sobre o trabalho do CREF junto aos outros profissionais habilitados e à sociedade.
- O nosso comprometimento com as pessoas é assegurar que elas tenham saúde e bem-estar por meio do exercício físico. Assim como há o conselho de Medicina para coibir o exercício ilegal da profissão, o CREF trabalha para impedir que exista falsos profissionais ou espaços que não estão aptos a receber e oferecer o serviço correto que estudamos e nos especializamos para dar à população. Nosso sonho é não precisar mais que os locais sejam fiscalizados por estarem todos de acordo com a lei - finaliza a presidente da entidade.
Para denunciar alguma irregularidade em sua cidade, basta preencher algumas informações no site do CREF2/RS, clicando aqui. A denúncia é identificada, mas mantida em sigilo absoluto pela entidade.