A enchente de maio ainda reflete em alterações no trânsito do entorno da rodoviária, um dos pontos de maior circulação de veículos em Porto Alegre.
A derrubada da passarela de pedestres sobre a Rua da Conceição para viabilizar a construção do corredor de acesso sobre a área então inundada pelas águas do Guaíba, é, conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o motivo por trás do bloqueio do tráfego no acesso direto da Rua da Conceição para a Avenida Castello Branco, pelos fundos da rodoviária.
Com o bloqueio, o trânsito na saída da Capital é afunilado pelo Largo Vespasiano Júlio Veppo, em frente à entrada principal da rodoviária da Capital.
Um estudo preliminar para corrigir o problema deve ser concluído pela prefeitura até a primeira semana de novembro, conforme o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores.
No estudo, técnicos avaliam como será a reconstrução da passarela de pedestres. Só a partir da liberação de uma travessia segura, o tráfego será normalizado em direção à Avenida Castello Branco.
O estudo também prevê obras de melhorias no corredor de acesso e no Largo Edgar Koetz. A previsão de investimento para o trabalho ainda não é divulgada pela prefeitura.
De acordo com Flores, a análise está em fase final. Entre as definições, está a construção de uma nova passarela de pedestres, mais alta que a existente até a enchente. O que restou da estrutura atual será removido.
— Como elevamos a altura da pista próximo de 2m80cm com o corredor, teremos que elevar a passarela também. Por isso não poderemos utilizar a mesma estrutura. Na passarela antiga, demolida por conta da enchente, a rampa de acesso está fora da norma de acessibilidade. A norma diz que a inclinação não pode ser maior que 8,33 graus, e a rampa antiga era bem maior que isso — explica o secretário.
Além da passarela, serão construídos muros de contenção nas laterais do novo corredor. Atualmente, as pedras que dão base à estrutura estão expostas. O Largo Edgar Koetz também receberá ações de paisagismo e um espaço para a instalação de um monumento em homenagem aos voluntários que atuaram nos resgates a atingidos pela inundação em Porto Alegre.
— É uma ideia que é tratada com o Escritório da Reconstrução. Foi muito marcante, impactante, no período da enchente, termos que construir aquele corredor e derrubar a passarela. Teremos ali algo que fixe isso na memória, que preserve a memória daquele espaço — revela Flores.
O bloqueio no acesso à Avenida Castello Branco, no sentido Capital-Interior, nos fundos da rodoviária de Porto Alegre, está relacionado à falta de alternativas para a travessia segura de pedestres. Além da passarela, que foi derrubada, o túnel da estação da Trensurb, que conectava a rodoviária com a esquina da Avenida Júlio de Castilhos e a Rua da Conceição, foi fechado com a enchente. Quando uma das passagens for reaberta, a EPTC deve estudar o fim do bloqueio na avenida.
— Sem a passarela e sem o túnel, a EPTC se viu obrigada a construir um semáforo de pedestres. Colocamos ao lado da entrada para a Castello Branco pois é onde a avenida tem menos espaço entre uma calçada e outra e o tempo de travessia é menor — explica o diretor de operações da EPTC, Carlos Pires.
A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura ainda não prevê data para o início da construção da nova passarela. A perspectiva mais próxima é pela reabertura do túnel da Trensurb.
Conforme a empresa que opera o trem, a estação Rodoviária, incluindo o túnel, passa por manutenção, com limpeza, pintura e trabalhos na rede elétrica. A previsão é de que estes serviços sejam concluídos em dezembro. Até o fim do ano, a Trensurb projeta reabrir as três estações do metrô em Porto Alegre que seguem fechadas desde maio: São Pedro, Rodoviária e Mercado.