Levantamento do governo federal aponta que, dos 124.755 pedidos de Auxílio Reconstrução feitos em Porto Alegre até o dia 10 de julho, 56.888 estão sendo apurados sob suspeita de irregularidades. Isso representa 45,5% das solicitações, que caíram na malha fina.
Entre os problemas em investigação, estão pedidos de famílias que residem fora da mancha da enchente (30.715), endereços não confirmados nas bases do governo (29.144) e famílias que se inscreveram em mais de um município (533).
Também há 862 casos com indícios de uso de dados de pessoas mortas. Um mesmo pedido pode apresentar mais de uma irregularidade e inconsistência de dados. Segundo a prefeitura de Porto Alegre, "os cadastros são autodeclaratórios" e o município ajuda no processo enviando a "base de dados do Departamento Municipal de Água e Esgotos" ao governo federal. (Leia a nota abaixo).
No final de semana, o governo federal anunciou a prorrogação do prazo para que prefeituras gaúchas cadastrem famílias no Auxílio Reconstrução, que tem valor de R$ 5,1 mil. A nova data limite é 26 de julho.
Nota da prefeitura de Porto Alegre
Os cadastros do Registro Unificado da prefeitura de Porto Alegre são auto declaratórios e enviados diretamente para conferência do governo federal, que faz o cruzamento dos dados e análise das informações em seus bancos de dados.
Para ajudar neste processo, o município enviou a base de dados do Departamento municipal de água e esgotos (DMAE), com informações como CPFs e endereços dos moradores.
Técnicos da prefeitura e da União trabalham para unificar as informações referentes à mancha de inundação. O município incluiu áreas de deslizamento e enchente ocorridas no fim de maio, dado que não constava na mancha considerada pelo governo federal para conceder o benefício.
Também há endereços informais declarados nos cadastros, como Casa 1 e Casa 2, por exemplo, que os sistemas do governo federal não localizam e são difíceis de rastrear. Prefeitura também auxilia neste ponto para unificar esta informação.