A manhã desta terça-feira (9) representou um momento histórico para a malha viária de Porto Alegre. Após mais de uma década de atraso, a última etapa da obra de duplicação da Avenida Tronco foi liberada para o trânsito (confira as rotas no mapa). O objetivo da duplicação dos 6,5 quilômetros da via é auxiliar a desafogar a chegada e a saída da Zona Sul.
— Essa é uma ligação importante entre a Zona Sul, a Azenha e a Terceira Perimetral. É um ganho relevante para a população da região e de toda a cidade — afirmou o prefeito Sebastião Melo durante o ato de entrega.
O investimento total chega a R$ 122 milhões e inclui drenagem, implantação de corredores de ônibus, sinalização e nova iluminação pública. Faltam ser concluídas a execução da ciclovia (na calçada da Avenida Icaraí até a Teresópolis), a contenção do muro da Avenida Silva Paes, o que tem previsão no contrato de acontecer até julho, e o replantio de algumas partes com grama que foram danificadas.
As intervenções foram executadas pelas secretarias municipais de Obras e Infraestrutura e de Mobilidade Urbana, por meio da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). As sinalizações horizontais e verticais e os semáforos já estão funcionais.
— A conexão da cidade com a orla cresce a cada dia. Este é mais um aspecto importante dessa obra, que liga a Zona Leste à Zona Sul. E que impacta diariamente uma população de 70 mil pessoas que moram nos bairros por onde passam as obras da Avenida Tronco — diz André Flores, titular da pasta de Obras e Infraestrutura.
Os trabalhos começaram em maio de 2012 e as intervenções englobavam as chamadas obras da Copa do Mundo de 2014. Nesta terça, foram entregues os três quilômetros relativos aos trechos 1 e 2. A previsão era que tivessem sido terminados em 15 de janeiro, mas fatores climáticos interferiram no prazo de entrega. Por sua vez, os trechos 3 e 4 já estavam prontos.
As transformações realizadas devem reduzir em 20% o tempo de ligação entre a Zona Sul e bairros como Menino Deus e Azenha, além de agilizar o acesso à região central de Porto Alegre.
— Para a mobilidade e o transporte público, nós temos ali um volume diário de quase 50 mil veículos e 80 mil passageiros que circulam por aquela região. São quase 2 mil viagens que passam por aquela rótula. Essa obra vai ajudar muito o crescimento da cidade e o deslocamento do porto-alegrense — observa o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior.
Conforme GZH mostrou, o maior problema para o andamento das obras foram os reassentamentos de quem vivia na área diretamente afetada pela duplicação da Avenida Tronco. No total, 1.470 famílias precisaram sair de casa para ceder lugar ao asfalto e o concreto. A última remoção ocorreu em dezembro de 2021. Além disso, a obra chegou a ficar parada por falta de recursos em mais de uma oportunidade, o que somou quase três anos de paralisações.
Segundo a prefeitura, agentes de trânsito da EPTC estarão no local orientando os motoristas nos primeiros dias. E equipes de educação para a mobilidade da Capital irão abordar motoristas e pedestres com foco na segurança viária.