Moradores de Cachoeirinha, na Região Metropolitana, realizam ao menos dois protestos na manhã desta segunda-feira (22) para cobrar que o fornecimento de luz seja normalizado. Eles ocorrem em pontos próximos um do outro: na Rua Dr. Mário da Costa Pereira, esquina com a Travessa da Ponte; e na Rua Dona Isaura com a Dorival Cândido Luz de Oliveira, ambos no bairro Granja Esperança.
Ao meio-dia desta segunda, a RGE informou que ainda tinha 10 mil clientes sem energia elétrica, a maior parte deles na Região Metropolitana.
O aposentado Luiz Pedro Vieira Moreira, 81 anos, é morador do bairro há 28 anos. A casa do ex-radialista está sem energia elétrica desde terça-feira da semana passada, quando o Estado foi atingido por uma tempestade. Ainda nesta segunda-feira, a escuridão na moradia é rompida somente pela luz solar.
— É o único jeito pra ficar em casa — afirma, abrindo a janela do cômodo onde fica o estúdio de uma rádio web.
A garagem da casa foi atingida por uma árvore durante a tempestade. Os galhos continuam no terreno. Na cozinha do aposentado, a geladeira com o que ainda não foi perdido fica aberta.
— É muito triste, constrangedor. O salário já é baixo e ainda falta consideração das autoridades. Eu preciso da ajuda dos outros porque além de tudo tenho diabetes e uso insulina — desabafa, citando o medicamento para diabetes que precisa ser mantido sob refrigeração.
A vizinha dele, a designer de sobrancelhas Michelle D'Ávila, 39, descreve a situação como "desesperadora". Ela mora com o marido e os filhos de 6, 10, 13 e 16 anos. No mesmo terreno, em outra casa, residem a irmã e o cunhado.
— Estamos em uma situação deplorável. É um descaso. A gente já perdeu comida, tem que tomar banho gelado, estamos nos mantendo com sacos de gelo que é um gasto extra. Alguns vizinhos não conseguem o básico — lamenta Michelle.