As pontes centenárias que cruzam a Avenida Ipiranga e ligam as duas margens do Arroio Dilúvio nas Avenidas João Pessoa, Azenha e Getúlio Vargas não têm danos estruturais, mas receberão um restauro completo a partir de 2024. Pelo menos é o que planeja a prefeitura de Porto Alegre, que contratou e recebeu um estudo sobre elas entre 2022 e 2023.
— Nenhuma das pontes tem risco estrutural iminente, mas todas precisam de manutenção na conservação e algumas melhorias. O que demora mais é a elaboração, então pretendemos que as obras comecem no ano que vem — comenta o titular da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura da Capital (Smoi), André Flores.
Outras cinco travessias elevadas de concreto também têm projetos de manutenção feitos e serão objetos de editais da Smoi no próximo ano. Os trabalhos ainda não têm prazo definido para iniciar ou terminar e devem ocupar diversas frentes de engenharia da cidade.
— A partir dos editais é que vamos organizar a interdição de cada uma das pontes. Será necessária uma dinâmica complexa para manter a mobilidade da cidade, pois a Ipiranga é uma via de muita circulação — projeta o secretário.
No total, serão oito pontes: as três históricas, nas Avenidas Getúlio Vargas, Azenha e João Pessoa, e outras cinco: nas ruas Barão do Amazonas, Euclides da Cunha, Santana, Ramiro Barcelos e na Avenida Vicente da Fontoura - as duas últimas com editais já encaminhados. A divisão das obras será em lotes por proximidade, para que os trabalhos sejam ininterruptos mesmo com alterações no trânsito, explica Flores.
Erosão dos taludes não afeta pontes
Segundo Flores, a erosão das encostas que fez os taludes caírem em pelo menos três pontos do Dilúvio não representa um risco para as pontes. A avaliação das empresas que fizeram os laudos técnicos entre 2022 e 2023 não identificou riscos significativos de queda de materiais na base lateral ou vão inferior das pontes.
— A erosão que causou as quedas são pontuais. Em outros locais também tem risco, mas não nas pontes — detalhou o titular da Smoi.
Importância arquitetônica
Além do protagonismo bélico que remonta ao início da Revolução Farroupilha, as estruturas são tombadas como patrimônio histórico e consideradas "obras de arte". Como todas estruturas protegidas pela legislação, é necessário que os restauros respeitem características originais, incluindo formatos e materiais específicos da época em que foram construídas, algo que deve encarecer e aumentar os prazos da obra.
— Vamos agrupar as três pontes centenárias em um lote de edital, para torná-lo mais atraente. Precisamos de empresas qualificadas e comprometidas, pois são projetos muito importantes para a memória e mobilidade da cidade — ressalta Flores.