A prefeitura de Porto Alegre lançou uma nova edição do programa Mais Crédito: Juro Zero, que é uma concessão de microcrédito produtivo sem juros. O objetivo é ajudar micro e pequenos empreendedores da Capital a desenvolverem seus negócios. Cada empreendedor pode receber até R$ 15 mil em crédito. A iniciativa conta com a parceria de três instituições financeiras: Banco do Empreendedor, Imembuí Microfinanças Portosol e Sicredi.
Como funciona o programa?
Na primeira tomada de crédito, o microempreendedor poderá solicitar até R$ 4 mil. Depois do primeiro crédito quitado, o empreendedor poderá tomar mais R$ 5 mil. Após a quitação do segundo crédito, mais R$ 6 mil poderão ser tomados em crédito — totalizando até R$ 15 mil. O pagamento de cada tomada pode ser realizado entre oito e 12 vezes.
Vale destacar que a condição para que o empreendedor não pague juros é quitar as parcelas sem atraso. A prefeitura de Porto Alegre quitará os valores referentes aos juros do crédito. Caso haja atraso no pagamento, o cliente perde o benefício do juro zero e terá de quitar uma última parcela, referente ao juro.
Para solicitar o crédito
Os interessados podem entrar em contato com as instituições financeiras. Veja abaixo as opções:
- Banco do Empreendedor: pelo site bancodoempreendedor.org.br ou pelo WhatsApp (48) 98405-0382. Também é possível entrar em contato pelo telefone 0800-6453845.
- Imembuí Portosol: pelos telefones (51) 3224-2244 e (51) 99354-3068 (WhatsApp) ou ir até a sede, na Avenida Alberto Bins, 863, no Centro Histórico de Porto Alegre. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min.
- Sicredi: pode entrar em contato pelo WhatsApp (51) 3358-4770 ou com a agência mais próxima. Site: sicredi.com.br. Endereços e telefones: Rua General Câmara, 250, Porto Alegre - telefone: 3287-2800; Av. Assis Brasil, 3940, Porto Alegre - telefone: 3358-4263; Estrada João de Oliveira Remião, 4415, Porto Alegre - telefone: 3022-8001.
Requisitos
- O faturamento anual do negócio não pode ser superior a R$ 82 mil. O cliente precisará de um avalista. Ambos não podem ter qualquer tipo de restrição de crédito no SPC ou Serasa.
- Para a primeira tomada de crédito (R$ 4 mil): ser microempreendedor, seja informal ou individual (MEI) antes da data da primeira tomada de crédito e não pode ter débitos de tributos municipais.
- Para a segunda tomada (R$ 5 mil): estar inscrito ou ter finalizado pelo menos um curso de Capacitação Empresarial, oferecido pela prefeitura.
- Para a terceira tomada (R$ 6 mil): estar com inscrição regular no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).
Documentação necessária
Microempreendedor Individual - MEI:
- Cópia do RG e CPF (titular e cônjuge, se houver);
- Cópia atualizada de comprovantes de endereço (residencial e comercial);
- Cópia do cartão CNPJ;
- Certificado de microempreendedor individual;
Microempreendedor informal:
- Cópia do RG e CPF (titular e cônjuge, se houver);
- Cópia atualizada de um comprovante de endereço (residencial e comercial);
- Alvará de localização vigente;
Avalista:
- Cópia do RG e CPF (titular e cônjuge, se houver);
- Cópia atualizada de um comprovante de endereço (água, luz, telefone etc.);
- Comprovante atualizado de renda (titular e cônjuge, se houver)
Mudanças no programa
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Douglas Martello, o recurso disponibilizado e distribuído entre os credenciados é de R$ 1,2 milhão. A projeção é de que o programa ajude mais de 300 empreendedores neste ano. Em 2022, foram emprestados cerca de R$ 188 mil a 51 empreendedores.
Das últimas edições para a atual, ocorreram algumas adaptações. Foi retirada, por exemplo, a exigência do registro do empreendedor no Cadastro Único.
— No início do programa, o foco era somente pessoas com Cadastro Único. No entanto, percebemos que grande parte dessas pessoas possuíam restrições de crédito e, por consequência disso, acabavam não conseguindo acessar o nosso programa. Embora não seja obrigatório ter o CadÚnico, indicamos que busquem esse serviço, pois serve como uma ferramenta social — informa Douglas Martello.
Serviço
Segundo Jacqueline Soares Innocente, agente de crédito da Imembuí Microfinanças Portosol, o objetivo principal da empresa é auxiliar no desenvolvimento dos negócios de pequenos empreendedores.
— Nós, como agentes financeiros, fazemos uma análise de crédito, avaliando qual o melhor valor de investimento para cada um, a partir de uma visita ao empreendimento de nosso cliente. Além disso, oferecemos uma espécie de consultoria, dando dicas de como melhorar questões de fluxo de caixa e do trabalho como um todo, o que, claro, varia de cada atividade — explica Jacqueline.
Benefícios
Uma das clientes de Jacqueline, que participa do programa oferecido pela prefeitura, é a artesã e microempreendedora Laci Beatriz Soares. Ela atua na Feira de Artesanato da Praça da Alfândega, no Centro Histórico, desde a década de 1980.
Questionada sobre a importância da iniciativa para seu empreendimento, Laci responde:
— Em raros momentos tivemos uma oportunidade com juro zero. Isso veio para alavancar meu negócio, pois fiz um bom investimento em matéria-prima. Pago rigorosamente em dia para aproveitar o próximo ciclo.
Já Aline Rodrigues Cardona, dona de uma loja de roupas feminina na Lomba do Pinheiro, conta que já quitou seu empréstimo com o programa e comenta:
— Foi um programa excelente para mim, pois, no início do ano, temos muitas contas e o movimento diminui, além de que, no momento, estamos na época de troca de estação. Então, se não investirmos agora, não conseguimos preços acessíveis e comprometemos uma venda de uma estação inteira.
Produção: Leonardo Bender