Os pacientes que esperavam por atendimento na recepção do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, na noite desta terça-feira (14), foram surpreendidos por uma grande infiltração no teto. O volume expressivo de água que caia do alto recobriu os bancos da sala de espera encharcando o chão do local.
Parte da recepção foi isolada com uma fita para evitar que os pacientes acessassem o espaço, que estava inundado. Do teto, diversos pontos jorravam água sobre as cadeiras e máquinas de venda automática de alimentos. Entre os pacientes, o clima era de apreensão.
— Isso é um absurdo. Como vou saber se isso não vai desabar? — questionou uma senhora que preferiu não se identificar. Ela foi até o HPS levar o seu filho para receber atendimento e se deparou com a infiltração.
Conforme Marilia dos Santos Iglesias, presidente da Associação dos Servidores do HPS (ASHPS), a infiltração começou por volta de 19h15min, quando a chuva se intensificou. Mais tarde, novos relatos mostraram que a infiltração estava alcançando os andares superiores.
— Os pais com filhos acidentados, porque o HPS só recebe acidentados, pais correndo com crianças no colo, pessoas doentes que mal conseguiram se locomover, com pé torcido ou quebrado, tendo que sair correndo porque o saguão está caindo na cabeça. A recepção está alagada — relata a presidente da ASHPS.
A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal da Saúde informou que o problema foi ocasionado porque o temporal movimentou uma das telhas e com isso começou a entrar água na recepção. Segundo a assessoria, as equipes de manutenção estão efetuando reparos de forma emergencial no telhado.
Conforme o diretor-geral do HPS, Ronei Veit Anzolch, a situação foi um caso pontual devido à grande quantidade de chuva que caiu sobre Porto Alegre. Segundo ele, não houve prejuízo aos atendimentos.
— Os pacientes que estão nas unidades estão todos com atendimento igual, dentro das UTIs, igual, o bloco cirúrgico funcionando, tudo igual — comenta o diretor.
Anzolch ressalta que desde que o problema foi identificado, os funcionários do HPS iniciaram os trabalhos de contenção da água. Ele destaca, também, que na manhã de terça-feira esteve reunido com a Comissão de Saúde da Capital, fazendo um apelo a vereadores e deputados presentes no encontro para que auxiliem o HPS com verbas que possam prevenir situações como essa.
Estragos na Capital e Região Metropolitana
A forte chuva que caiu sobre o RS na tarde desta terça-feira deixou 22 mil pontos sem energia elétrica na área de concessão da RGE. Segundo a empresa, a maior parte dos atingidos está concentrada na Região Metropolitana. Também há registros de alagamentos.
Em Porto Alegre, houve queda de luz nos bairros Azenha, Santa Tereza, Menino Deus, Cristal e Medianeira. Em alguns pontos, moradores relataram que a energia ficou intermitente, caindo e retornando diversas vezes durante a tarde. Dois moradores de rua precisaram ser resgatados do Dilúvio, após o arroio subir rapidamente no bairro Azenha.