Apesar de a maioria dos produtos apresentarem alta, o valor cesta básica de Porto Alegre caiu em janeiro. Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nesta terça-feira (7). A queda foi de 1,08%, na comparação com os valores de dezembro passado. Esse recuo no preço foi puxado, principalmente, pelo tomate, que perdeu 20,19% de valor no mesmo período. Outros itens da cesta que apresentaram queda no primeiro mês de 2023 foram a farinha de trigo, a banana e o óleo de soja.
Olhando para as altas, o item que mais teve elevação de preço na Capital foi a batata. O tubérculo saltou 13,49% em um mês. Mas, o número assusta ainda mais quando se analisa os últimos 12 meses. Neste período, o tradicional acompanhamento teve uma inflação de 76,92% na Capital, conforme os dados do Dieese.
Voltando a comparação entre dezembro e janeiro, o feijão também ficou mais caro: 8,05%. Foi a segunda maior alta na variação mensal entre os itens pesquisados. Ainda assim, a elevação não foge do mesmo período do ano passado. Em 12 meses, o feijão ficou 1,54% mais caro.
Nas outras altas mensais, aparecem com índices superiores a 1% o leite, o arroz e o café. Os demais alimentos e produtos que compõe a lista do Dieese tiveram inflação menor do que 1% entre o último mês de 2022 e o primeiro mês deste ano. No comparativo dos últimos 12 meses, somente o óleo de soja está mais barato do que no mesmo período de 2022, que da 1,12%.
Razões das quedas e altas
Conforme o relatório do Dieese, a principal razão para a alta da batata foi a diminuição na oferta por causa das chuvas que atingiram regiões produtoras. E sobre a queda significativa no preço do tomate, o departamento pontua que "em algumas localidades, o calor maturou mais rápido o fruto e o mercado ficou abastecido", reduzindo o valor para o consumidor final.
Pelos dados, a cesta básica de Porto Alegre fechou janeiro custando R$ 757,33 _ valor R$ 84,33 mais caro do que no mesmo período de 2022. Esse valor coloca a cidade como quarta entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, atrás de Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo.
A pesquisa ainda aponta quanto do salário mínimo é comprometido apenas para a aquisição destes itens básicos. Em janeiro, a fatia ficou em 62,88% do mínimo, que atualmente é de R$ 1.302. Além disso, o departamento calcula qual seria o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas no país. Em janeiro, o valor calculado foi de R$ 6.641,58, pouco mais de cinco vezes o valor em vigência.