A colheita simbólica da safra da uva e da ameixa foi realizada na tarde desta terça-feira (10), na propriedade do produtor Marco Antônio Balestrin, no bairro Vila Nova, na zona rural de Porto Alegre. Entre os participantes, o sentimento era de otimismo em relação ao crescimento da produção deste ano.
O prefeito Sebastião Melo participou da colheita, trajado com chapéu de palha e chegou a cantar trecho da música Querência Amada, do cantor Teixeirinha.
— O produtor rural é um gigante. Aqui, especialmente, porque a especulação imobiliária tenta tirar dele diariamente a propriedade que ele tem — afirmou o chefe do Executivo.
A ocasião ainda marcou o lançamento oficial da 31ª Festa da Uva e da Ameixa da Capital, que será realizada nos dias 14, 15, 21 e 22 de janeiro, das 9h às 19h, na Praça Nossa Senhora de Belém, no bairro Belém Velho. Também haverá feira de artesanato no local.
Segundo o chefe do escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em Porto Alegre, Luis Paulo Vieira Ramos, a produção da uva e da ameixa será 10% maior neste ano na Capital.
— A projeção é de 130 toneladas de uva — estima, citando que no ano passado foram entre 115 e 120 toneladas.
Neste ano também serão colhidas 90 toneladas de ameixa, contra 80 toneladas em 2022. Cerca de 30 famílias produzem na zona rural de Porto Alegre, plantando frutas como uva, ameixa e até pêssego. São seis mil hectares plantados.
— Em relação ao ano passado, a uva está com os cachos mais bonitos. O frio se estendeu durante a primavera e atrapalhou um pouco na formação do grão. Mas o que ficou está com qualidade — avalia Marco Antônio Balestrin, que deve produzir, apenas em sua propriedade, cerca de cinco toneladas de uva.
As uvas são produzidas há 127 anos na propriedade de Balestrin. Todas as frutas serão destinadas para a Festa da Uva e da Ameixa. O que sobrar será encaminhado para a produção de vinho. A variedade mais plantada no terreno é a niágara rosada.
Durante o evento, o atual presidente da Câmara de Vereadores, Hamilton Sossmeier (PTB), ressaltou que o momento é especial para a cidade:
— Porto Alegre tem a segunda maior área rural entre as capitais, perdendo só para Palmas (em Tocantins). Vida longa ao trabalho.
O vereador Idenir Cecchim (MDB) elogiou a persistência dos produtores da Capital.
— Temos de incentivar os pequenos agricultores que ainda restam em Porto Alegre. O poder público precisa dar a oportunidade de venda dessa produção — observa.
O secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, que esteve representando o governador Eduardo Leite, mencionou o apoio do governo estadual aos produtores.
— A política do desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul passará definitivamente pelo fomento da agricultura familiar — garante.
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Além da comercialização das uvas e ameixas na Praça Nossa Senhora de Belém, também haverá um ponto de venda no Largo Glênio Peres, junto ao Mercado Público, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
A realização é do Sindicato Rural de Porto Alegre, com o apoio da Secretaria Municipal de Governança Local e Coordenação Política, da Emater e da Associação Comunitária do bairro Belém Velho.