Um dos endereços mais doces do Bom Fim ganhou nova fachada e cardápio na sexta-feira (19), quando a confeitaria Maranghello começou a atender ao lado da Igreja Santa Teresinha, na Rua José Bonifácio, em Porto Alegre. O número 655 da via era a casa da Maomé até outubro de 2020, com 43 anos de história que seguiram em outro local, na Vicente da Fontoura. A vizinhança e frequentadores da Redenção foram recebidos na Maranghello com o atendimento de sempre e uma novidade que veio direto do Rio de Janeiro.
— Trouxemos da Confeitaria Colombo um jeito diferente de fazer mil-folhas. Em vez de montarmos os doces na nossa central de produção, estamos finalizando os mil-folhas direto na cozinha do Bom Fim — revela o supervisor das cozinhas e produtos da rede de confeitarias Maranghello, Altair Marins.
— Nosso objetivo é sempre melhorar e aprender novos jeitos de melhor atender nossos clientes — complementa Nosa Elena, proprietária da rede.
Inspirada na tradição centenária da casa carioca, a rede gaúcha, que completou 35 anos em 2022, quer inovar. Elena, Marins e as equipes esperam que a resposta do público siga sendo a mesma do primeiro final de semana no Bom Fim. Os picos de movimento são durante o Brique da Redenção, no domingo, e após as missas da tarde nos dias de semana.
— Aos poucos vamos experimentar novas receitas aqui, como o mil-folhas salgado, com sabor napolitano, e depois que o público gostar, levamos para as outras — adianta Elena.
Superação da pandemia
Três décadas atrás, Elena iniciava sua primeira confeitaria, na esquina da quadra atual. Ao passar em frente à Redenção, admirava a fachada da Maomé com respeito e a motivação de crescer junto com a concorrente. Agora como protagonista do imóvel, enaltece a trajetória para seguir prosperando.
— É isso que faz a gente se manter dedicado ao negócio — comenta Elena.
O ritmo é de retomada depois de dois anos impactados pela chegada do coronavírus ao Rio Grande do Sul, ainda em 2020. Pandemia essa que fez a Maomé deixar o ponto da Rua José Bonifácio.
— As quatro lojas (da Maranghello) passaram por momentos difíceis ao longo da pandemia. Precisamos colocar todo o pessoal em afastamento, no começo. Ficamos apenas 16 pessoas na cozinha central, explorando apenas a telentrega — relembra Altair.
Marins conta que os proprietários das lojas, a Sociedade Santa Teresa de Jesus, da Paróquia Santa Teresinha, reformaram as três unidades ao longo de 2021. Antes de inaugurar, foram cerca de 45 dias adaptando o novo local — incluindo a substituição de portas e derrubada de paredes. A decoração tem toques da própria Elena, com quadros e colagens com xícaras e talheres nos ensolarados espaços da confeitaria.
A Maranghello tem outras três lojas físicas espalhadas por Porto Alegre. A que foi para a rua ao lado do Parque Farroupilha funcionava antes na Avenida Getúlio Vargas, no Menino Deus. A mudança, segundo os gestores, foi motivada por uma boa oportunidade financeira em um momento em que a confeitaria reunia três das quatro casas na mesma região.
— Abrimos uma loja na Praia de Belas, então ficamos com três pontos em um raio de menos de dois quilômetros. Surgiu a oportunidade de ocupar o local da antiga Maomé, e conseguimos negociar com os proprietários um bom aluguel. Temos clientes que nos pediam uma operação no Bom Fim há anos — explica Marins.