Pelo segundo dia seguido, o prédio do Departamento de Identificação do Instituto-Geral de Perícias (IGP), em Porto Alegre, registra filas de pessoas em busca da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN). A capital gaúcha foi pioneira no país na implementação do novo modelo, que começou a ser emitido na terça-feira (26).
Nesta quarta (27), por volta das 10h, mais de 150 senhas já haviam sido entregues no acesso ao edifício, na Avenida da Azenha, 255. Um número semelhante de pessoas aguardava na rua nesse mesmo horário, em pé, por todo o quarteirão.
Parte do público se mostrava desinformada sobre a validade do documento atual, que deixará de ser válido apenas em março de 2032.
— Achei que a minha não valia mais — disse um homem à atendente.
O novo modelo da carteira de identidade é confeccionado, inicialmente, apenas para quem solicitar a primeira via, de forma gratuita. A confecção leva 15 dias úteis. Os pedidos de segunda via seguem sendo entregues com o formato antigo.
— Pensei que teria o QR Code já — lamentou o funcionário público Jorge Valmir Ribeiro dos Santos, 52 anos.
O IGP afirma que reorganizou as equipes e que a espera registrada no dia anterior foi reduzida nesta quarta. O órgão pede que a população que não tenha urgência evite se deslocar até a sede durante o mês de julho, período de férias escolares, quando historicamente a procura é maior.
Mudanças na identidade
A alteração mais relevante para efeitos práticos é que agora o CPF passa a ser o número principal do documento, substituindo o registro geral (RG). O RG seguirá impresso somente para controle local dos bancos de identificação.
A medida auxilia, por exemplo, o cidadão que emite a identidade em mais de um Estado, como no caso de extravio do documento em viagem. Nestas situações, atualmente, cria-se um novo número de RG no Estado onde é feita a solicitação.
Um QR Code no verso da nova identidade informará se a pessoa é doadora de órgãos. Também pelo código eletrônico haverá a informação da validade daquela emissão: cinco anos para crianças de até 11 anos e 10 anos para quem tem de 12 a 59 anos. Pessoas com mais de 60 tem o documento por tempo indeterminado.
Também na parte de trás da cédula, estão os nomes dos pais e símbolos de acessibilidade, e o nome social é igualmente informado nesse espaço.