Uma das maiores mazelas que atingem as ruas de Porto Alegre e da Região Metropolitana, o furto de cabos de energia elétrica tem afetado a mobilidade urbana e causado insegurança a usuários do transporte público. Desde o início do ano, nove quilômetros e 64 metros de cabos que foram furtados afetaram semáforos e pontos de ônibus.
Neste primeiro semestre de 2022 houve um aumento de 37,7% no número de ataques que afetaram semáforos e paradas de ônibus. Foram 124 de janeiro a junho deste ano, sendo 90 no mesmo período de 2021.
Chamam atenção dois crimes no dia 22 de fevereiro, na Avenida Sertório. Naquele dia, os ladrões levaram 600 metros de fios próximo à parada do Big Shop e, próximo dali, na rótula da Avenida dos Gaúchos, 500 metros foram furtados. Naquela ocasião, a prefeitura demorou cerca de 15 dias para repor os cabos levados. Neste tempo, a parada ficou às escuras e os semáforos da região sem operar. Em casos mais simples, o reparo consegue ser feito no mesmo dia.
Quando um cabo de energia é furtado pode causar curto-circuito e queimar componentes. Isso tira os semáforos ou até mesmo um conjunto deles de operação. O secretário adjunto de Mobilidade Urbana, Matheus Ayres, afirma que esses furtos acabam afetando a segurança da população e a fluidez do trânsito. Mas ele destaca que uma oficina para consertar semáforos, placas e paradas de ônibus vandalizados diminui os gastos e reaproveita parte do material.
— Sabemos que os furtos de cabos causam risco a população pela segurança, fluidez do trânsito e geram custos aos cofres da prefeitura. A nossa oficina agiliza o trabalho e evita mais gastos — explica Ayres.
Para repor todos os cabos furtados desde o início do ano a prefeitura vai gastar R$ 69,4 mil. São cabos de 36 estações de ônibus e de 54 sinaleiras.
A oficina existe desde 2008 no bairro Jardim Carvalho, no final da Avenida Ipiranga, em Porto Alegre. Ao todo, 33 elementos são consertados e fabricados no local, como postes, paradas de ônibus e diversas placas.
Segundo o secretário, entre as placas vandalizadas, as de "pare" são as mais furtadas. Principalmente para decorar residências, ele destaca. Já as placas de "proibido estacionar" são retiradas, conforme Ayres, geralmente por guardadores de carro para liberar vagas de estacionamento.
A Secretaria Municipal de Segurança afirma que para combater o furto de cabos passou a integrar de forma permanente uma força-tarefa com as autoridades policiais do Estado. Desde o fim de abril, diversas operações já foram realizadas, resultando em uma série de prisões. Além disso, alguns ferros-velhos já foram autuados, interditados e desativados.
As ações em ferro-velhos estão sendo feitas, no mínimo, uma vez por semana. Além disso, o patrulhamento foi intensificado nos locais pontuados como os mais visados para os furtos.
Os pontos com maior número de ataques
- André Poente X Ramiro Barcellos (3 vezes)
- Miguel Tostes X Castro Alves (3 vezes)
- Dr. Timóteo X Marques do Herval (3 vezes)
- Alberto Bins X Barros Cassal (3 vezes)
- Cel. Aparício Borges X Estação Allan Kardec (3 vezes)
- Cel. Aparício Borges X Estação São Miguel(3 vezes)
- Irmão José Otão X Garibaldi (3 vezes)
- Farrapos X Estação São Pedro (2 vezes)
Os furtos que afetaram semáforos e paradas
1º semestre de 2021
- 77 locais atacados
- 90 materiais danificados e furtados
1º semestre de 2022
- 90 locais atacados
- 124 materiais danificados e furtados
Número de ocorrências atendidas pela equipe
- 1º semestre de 2021 – 2.518 atendimentos
- 1º semestre de 2022 – 2.646 atendimentos