Até a tarde desta terça-feira (7), sete testemunhas do desabamento do mezanino do bar Just 4D, no bairro São Geraldo, em Porto Alegre, já prestaram depoimento à Polícia Civil. A queda da estrutura, ocorrida no último sábado (4), deixou duas vítimas hospitalizadas. Conforme o delegado Daniel Ordahi, titular da 17ª DP, que conduz a investigação, o desabamento ocorreu no momento em que frequentadores que estavam na parte superior do mezanino se reuniram para tirar uma foto.
Um homem de 35 anos que estava na parte inferior da estrutura no momento da queda segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. A outra vítima, uma estudante de 21 anos, também segue hospitalizada, porém, com quadro estável.
O delegado explica que, no último sábado, o estabelecimento promoveu uma confraternização de final de ano para os membros de uma academia, que ocupavam a parte superior do mezanino. Os demais espaços foram disponibilizados para os demais clientes.
No momento do acidente, a casa estava com lotação entre 50 e 60 pessoas. O titular da 17ª DP destaca que já foram ouvidos pelo menos três integrantes da academia e que ao longo da semana serão intimados a depor o locatário do prédio, garçons e, quando houver a liberação médica, as vítimas.
Nesta terça-feira, a Polícia Civil solicitou à prefeitura de Porto Alegre os documentos referentes ao alvará do estabelecimento. O delegado reitera que somente a partir da análise dessa documentação será possível verificar se a estrutura atendia às recomendações previstas legalmente, como a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).
— O dono foi preso no sábado, pagou R$ 5 mil de fiança e foi solto. Dependemos agora do laudo do IGP (Instituto-Geral de Perícias). Precisamos apurar se o mezanino foi construído dentro da norma. O pior já aconteceu, que foi a queda, agora cabe investigar — pontua o delegado.
Os técnicos do IGP realizaram uma inspeção no local do acidente na manhã de segunda-feira (6) para investigar possíveis falhas estruturais e coletar material para análise. O laudo final deve ser encaminhado à Polícia Civil em até 30 dias.