A manhã desta quinta-feira (8) foi marcada por surpresas para os usuários que utilizam os ônibus da empresa Vicasa, em Canoas, e incertezas para os funcionários da companhia. Os coletivos da companhia não circularam nesta manhã em função de um impasse entre a empresa e os trabalhadores. Uma audiência de mediação realizada na Justiça do Trabalho na quarta-feira (7) terminou sem acordo entre a empresa, que fazia o transporte intermunicipal de passageiros entre Canoas e Porto Alegre, e os trabalhadores que reclamam pagamentos atrasados.
Próximo ao terminal Mathias Velho, a consultora de vendas Claudia Freitas, de 59 anos, moradora do bairro Estância Velha foi pega de surpresa com a informação que os ônibus não estavam realizando os trajetos.
— Eu fiquei na parada e daí me avisaram. Eu não sabia que a empresa ia parar. Agora, paguei R$ 18 em um aplicativo até aqui a estação de trem — disse.
Em frente à empresa Vicasa, um pequeno grupo de trabalhadoras conversava por volta das 7h sobre a situação. A grande preocupação era com a possibilidade de demissão.
— A gente não sabe se vai ser demitido ou não. Eu tenho contas para pagar. Sou pai de família. E até agora não sei o que vai ser, se eu devo buscar meus direitos — destacou Edson Reinaldo Trindade da Silva, de 53 anos, que atua como auxiliar de funilaria há sete anos na Vicasa.
Enquanto isso, a Metroplan informou que, com o "anúncio de greve para essa quinta-feira, parte da tabela horária de responsabilidade da Vicasa no lado oeste de Canoas, será atendida pelo Rápido (Transcal)."
O diretor de Transportes Metropolitanos, Francisco Horbe, destacou que a Vicasa já vinha enfrentando problemas financeiros desde 2019, que se agravaram na pandemia. Devido a isso, a empresa opera somente três linhas: Mathias Velho, Fátima e Rio Branco.
A Vicasa foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou sobre o caso.