Uma paralisação de funcionários da Trensurb impediu o funcionamento dos trens no começo da manhã desta terça-feira (20). As estações só foram abertas depois das 6h, quando o horário convencional de abertura é 5h.
"A mobilização dos metroviários é pela vacinação dos trabalhadores que não podem ficar em casa", informavam cartazes afixados na entrada das estações.
Os avisos diziam que as operações começariam às 7h, mas uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região definiu que os serviços deveriam funcionar a partir das 6h. Em caso de descumprimento, foi estipulada multa de R$ 100 mil.
No começo do dia, muitos usuários foram surpreendidos pela paralisação. O padeiro e confeiteiro Joseilton Assis Garcia, 45 anos, que começa a trabalhar às 6h, aguardava aflito pela primeira locomotiva.
— Não posso perder esse trabalho. Fiquei dois anos desempregado. É complicado. Nem celular eu tenho pra avisar o chefe ou pedir um aplicativo — lamentava.
Às 5h45min, cerca de 20 pessoas estavam na passarela da estação Mathias Velho, a mais movimentada de Canoas, na Região Metropolitana, à espera da abertura dos portões. A técnica em enfermagem Denise Vilagran, 42 anos, era uma delas:
— É válido (a mobilização), eles devem ser vacinados. Mas eu também atuo na linha de frente, e desse jeito sou prejudicada — ponderou.
O que dizem os metroviários
A reportagem de GZH tentou contato com membros do Sindimetrô, mas eles não retornaram às ligações. Em nota publicada no site da entidade, assinada pelo presidente do sindicato, Luís Henrique Chagas, afirmam:
"Não se trata de querer ser prioridade ou furar a fila. A realidade é que no transporte de massa os trabalhadores estão mais expostos ao coronavírus".