A linha C3/Circular Urca tem uma cara de linha de bairro. Sai do Centro Histórico e roda pela região central, passando por Floresta, Bom Fim e Cidade Baixa, até retornar ao terminal no pé da Avenida Borges de Medeiros, junto da Mauá. O itinerário é curto, mas cheio de ruas por onde passar. E na manhã desta sexta-feira (7), a linha era uma das contempladas por um dos 98 ônibus novos que passaram a integrar a frota da Carris nesta semana.
Os carros, equipados com ar-condicionado, elevador para cadeirantes e até câmeras de segurança, foram apresentados na quinta-feira.Nesta sexta, 40 deles já estavam rodando na cidade, os outros ainda passam por processos de emplacamento.
A reportagem esteve a bordo da linha na metade de manhã de sexta, embarcando no Centro pouco depois das 10h. Com itinerário tranquilo, o C3 não carrega muitos passageiros, ainda mais em tempos de pandemia. Porém, dos poucos que entravam, a maior parte notava e fazia questão de comentar com a tripulação sobre o veículo ser novo.
Os coletivos recém-integrados a frota não têm grandes diferenças de outros já utilizados na cidade. Fabricados pela empresa Mascarello, os carros têm capacidade para 37 passageiros. Os bancos não são tão confortáveis quanto alguns outros modelos da Carris apresentam, mas são suficientes para uma viagem urbana confortável. Praticamente todos os assentos têm escoro para o braço nos bancos de corredor — isso porque os assentos na parte baixa são preferenciais e normalmente já oferecem esse apoio e os demais assentos, elevados, também apresentam o acessório para evitar o risco de queda do passageiro.
Pandemia
A realidade apresentada pela pandemia também mudou o cenário no busão. Já na entrada dos novos coletivos da Carris, um dispenser de álcool gel convida os passageiros a higienizarem as mãos assim que embarcam. O ar-condicionado não deve ser posto em teste logo, pois as janelas devem ser mantidas abertas em razão da pandemia, conforme decreto municipal. Mas, quando o cenário normalizar, sempre que a temperatura ultrapassar os 24ºC, a refrigeração deve ser ativada, seguindo a determinação que já existe desde 2017.
Durante a viagem a bordo do C3, a reportagem sentiu as janelas ainda rígidas, exigindo certa força para que fossem abertas, até porque, algumas estavam sendo abertas pela primeira vez. A volta que o jornal deu a bordo do veículo foi uma das primeiras carregando passageiros. A limpeza estava impecável, assim como a existência de lixeiras nas saídas do coletivo, uma demanda sempre exigida por passageiros.
— Maravilhoso ver esses ônibus novos, pois estava bem difícil andar nos ônibus da Carris, não me sentia segura — conta a aposentada Vera Darouco, 72 anos, uma das primeiras a embarcar, ainda no Centro.
Os carros novos também já estão integrados ao sistema de localização usado na cidade, permitindo que os usuários possam ver pelo celular quando o ônibus vai passar na parada. Durante o teste do Diário Gaúcho, o aplicativo CittaMobi indicou corretamente o horário de chegada do ônibus na parada e também emitiu alerta quando era hora de desembarcar.
Tripulação também aprovou
Se para quem utiliza o ônibus para se deslocar de um ponto ao outro da cidade, o conforto é um item importante, imagine para quem trabalha dentro do coletivo. E a chegada dos novos coletivos agradou também as tripulações. Motorista da Carris há 21 anos, Leonel Rodrigues de Lima, 58 anos, já pilotou muitos modelos e fala com propriedade do assunto. As qualificações técnicas são citadas por ele com a mesma precisão na qual nomeou todas as ruas pela qual a linha C3 passa quando questionado pela reportagem.
— É um bom carro. E quanto mais novos são os ônibus, mais segurança temos para dirigir. O usuário é o maior beneficiado, mas nós também gostamos das novidades — cita Leonel.
Colega de tripulação do motorista, a cobradora Mara Monteiro também aprovou o novo espaço de trabalho. Segundo ela, o alinhamento do assento do cobrador com o caixa é melhor, ajudando também na postura durante o trabalho.
— A substituição da frota foi muito positiva, estou gostando — pontua ela.