Após o coordenador-geral da Defesa Civil de Porto Alegre, Adriano Krukoski, afirmar que a prefeitura está sem serviço de meteorologia desde dezembro devido a pedido da empresa que desenvolvia a atividade, a MetSul Meteorologia entrou em contato com GaúchaZH afirmando que o motivo da rescisão foi "reiterados atrasos" de pagamento por parte do município.
Segundo a MetSul, os atrasos chegaram "a oito meses seguidos, inviabilizando a continuidade da prestação do serviço". "No momento em que houve a rescisão, em dezembro de 2018, não havia um pagamento sequer realizado desde a assinatura da renovação do contrato, em 1º de julho", salienta a manifestação da empresa.
A MetSul afirma que, como o serviço era executado há mais de 10 anos, todos os documentos que a prefeitura necessitava estavam ao alcance do município. A empresa diz ainda que, mesmo com o contrato vigente, havia sido impedida de enviar alertas em SMS pelos canais da prefeitura e, por isso, fazia por suas próprias contas.
A chuva e as fortes rajadas de vento que atingiram Porto Alegre no final da tarde de sexta-feira (3) não foram precedidas de alertas por parte da prefeitura. A chuva provocou alagamento em mais de 20 ruas e trouxe uma série de transtornos a motoristas, usuários de transporte público e do sistema de saúde. Pelo menos 15 grandes avenidas tiveram acúmulo de água a partir das 17h30min, de acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). No Instituto de Cardiologia, um pedaço do forro da emergência do SUS desabou perto de duas camas de pacientes. A entrada da Assembleia Legislativa alagou, assim como o Túnel da Conceição, que no sentido bairro-Centro teve a passagem interrompida.
Confira a manifestação da empresa na íntegra:
"Conforme a MetSul Meteorologia, empresa que era responsável pela prestação do serviço de previsão do tempo para a prefeitura de Porto Alegre, a rescisão do contrato se deveu aos reiterados atrasos por parte do município, que, em alguns casos, chegaram a oito meses seguidos, inviabilizando a continuidade da prestação do serviço. No momento em que houve a rescisão, em dezembro de 2018, não havia um pagamento sequer realizado desde a assinatura da renovação do contrato, em 1º de julho. A empresa lamenta profundamente que o município esteja sem informação e recorda que a Defesa Civil municipal afirmou em reunião que tal serviço não era necessário porque bastava acessar informação na internet gratuitamente."