Subir e descer a rampa de casa não é mais um problema para João Luís Bizarro, 58 anos, morador do bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. Na última terça-feira (12), reportagem do Diário Gaúcho contou a história de João, que precisava de uma bateria para sua cadeira de rodas elétrica. Sem condições de comprar o equipamento, que custa R$ 600, ele contou com o apoio de doadores.
— Estou muito feliz e ansioso para instalar a bateira na cadeira — expressava João, com a bateria nova nos braços.
Um dos doadores foi o comerciante Clério Portal, 34 anos, também da Capital, que comprou a bateria.
— Senti que deveria ajudar. Pedi para uma funcionária entrar em contato com a sobrinha dele e já combinamos tudo — conta Clério.
Sobrinha de João Luís, Gabriele Rocha, 32 anos, indicou o local da assistência da cadeira, mas o equipamento novo só estaria disponível em abril. Mesmo assim, comovido com a situação de João, o comerciante buscou outras assistências, até encontrar o material:
— Fui em 12 locais especializados, foi difícil achar. Pedi informação para outro cadeirante, que me indicou um lugar que tinha a bateria no modelo que corresponde à cadeira do João.
O valor pago pela troca da bateria foi de R$ 600. O equipamento foi entregue pessoalmente.
— O valor que eu paguei não corresponde ao benefício que essa cadeira elétrica traz para a vida dele — afirma Clério.
Entre presentes, uma nova geladeira
Além da doação da bateria, a campanha da vaquinha online atingiu o valor de R$ 825.
— Vamos utilizar esse dinheiro para o conserto da cadeira manual, que está com o eixo quebrado. Vamos trocar os pneus, também. Se sobrar, vamos colocar em dia contas do meu tio — conta Gabriele.
Outro doador foi o mecatrônico Fagner Silveira de Souza, 31 anos, morador de Gravataí, que mobilizou os amigos. Como a bateria já tinha sido comprada, Fagner entregou a João uma geladeira e uma cesta básica:
— Fiquei triste ao ler a situação e quis ajudar. Mesmo com dificuldades, foi muito bom ver que ele é alegre. Me emocionei ao fazer a entrega das doações — conta Fagner.
— Estou com a casa mobiliada e com o armário cheio (com alimentos) – diz João, que recebeu Fagner com a família e um amigo.
João pensa em voltar a trabalhar:
— Antes, eu trabalhava cuidando de carros e entregando folhetos em um restaurante. Agora, quero voltar, porque me viro nos 30.