Após ter ficado quatro meses sem energia elétrica ao longo do último ano letivo, a Escola Estadual Érico Veríssimo, na Lomba do Sabão, em Viamão, que está com o serviço restabelecido desde julho, agora perdeu praticamente todos os seus equipamentos eletrônicos.
Na noite da última sexta-feira, bandidos invadiram a escola e levaram 18 computadores _ três da secretaria e 15 da sala de informática, que era utilizados pelos 120 alunos da instituição. Além disso, foram levados itens como uma televisão de 55 polegadas, home theater, caixas de som, impressora, ventilador, mesa de som, aparelho de DVD, rádio e telefones. Na sala de informática, restaram poucos computadores.
O crime foi identificado no sábado pela manhã, quando o pintor que está fazendo reformas na escola chegou para trabalhar. Os bandidos invadiram o prédio por uma cerca lateral que faz divisa com um matagal, ao lado do refeitório. Já dentro da área da escola, conseguiram arrombar a porta da secretaria, onde tiveram acesso às chaves da sala de informática. O furto foi registrado na 1º Delegacia de Polícia de Viamão, que investiga o caso.
Rotina afetada
A diretora, Rejane Maffioleti, lamenta o fato principalmente pela perda dos computadores. A maior parte dos serviços burocráticos da escola são feitos pela internet e dependem das máquinas.
_ Tudo que se faz na escola é pela internet ou depende do computador, seja envio de ofícios, emissão de atestados, matrículas e rematrículas. Mais um ano que começamos com obstáculos _ afirma ela.
O ano letivo recomeça no dia 20 de fevereiro e não será adiado devido ao furto. Emergencialmente, a escola recebeu dois computadores da 28ª Coordenadoria Regional de Educação e fez pedidos para repor os demais equipamentos.
A direção da escola também estuda a possibilidade de colocação de câmeras e alarmes. No ano passado, a instituição havia feito um orçamento para a construção de um muro onde hoje existe a cerca que foi arrebentada pelos bandidos. Em sete anos que Rejane está à frente da direção, a escola nunca havia sido arrombada.
Histórico de dificuldades
No ano passado, o Diário Gaúcho acompanhou de perto a situação da Escola Érico Veríssimo. A instituição começou o ano letivo de 2018 às escuras devido a um choque elétrico que atingiu uma funcionária no final de fevereiro. A servidora não se feriu, mas o acidente revelou um problema grave na fiação elétrica, que precisou ser completamente trocada.
A obra, porém, demorou a sair do papel. O investimento de R$ 33 mil por parte da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) levou quatro meses para ser executado. O ano letivo começou em 5 de março, mas energia elétrica só foi restabelecida em 6 de julho.
Enquanto isso, a escuridão obrigou a escola a liberar os alunos mais cedo em dias de chuva, quando as salas de aula ficavam mais escuras. A própria programação da aula era alternada caso o clima mudasse enquanto os alunos estivessem na escola. Para ler e estudar, os estudantes contavam apenas com a claridade natural do dia.