Pela primeira vez desde o começo do ano letivo, os alunos da Escola Estadual Érico Veríssimo, de Viamão, tiveram aula com energia elétrica. Na manhã de sexta-feira, por volta das 10h, foi religada a energia na escola que estava às escuras desde fevereiro, quando um choque elétrico revelou um problema sério na rede da escola. O transtorno, prolongado por quatro meses, forçava alunos a terem aula de acordo com o clima: em dias de chuva e céu fechado, a escola encerrava as atividades mais cedo.
– Quando avisaram que poderíamos ligar a luz, nos olhamos e começamos a rir. A felicidade deles é a mesma da gente – conta a professora do 1º e 4º ano Luciane Souza.
Foi uma surpresa para a escola já poder contar com energia nesta sexta-feira. A intervenção começou na terça-feira e a luz foi religada de forma provisória, enquanto a S. Teixeira Construtora, empresa contratada para fazer o serviço, trabalha na troca do local do contador elétrico, que atualmente fica no meio do mato, nos fundos da escola. A obra, que custará R$ 33 mil, deve ser concluída em duas semanas.
– Assim que a empresa começou a trabalhar foi muito rápido. As crianças agradecem – comemora a diretora Rejane Maffioleti.
Mesmo sem a conclusão da obra, professores e alunos já se sentem vitoriosos por ter energia elétrica. Professora do 2º ano do Ensino Fundamental, Isabel Cristina Nogueira Pellizzon já faz planos: a partir da semana que vem, poderá ensinar a turma a escrever com letra minúscula.
– Até agora, não consegui fazer isso porque, sem xerox, as crianças não conseguem acompanhar. Sem luz, não tem como ensinar isso no quadro. Agora, com luz, é só alegria.
Já a professora Luciane pretende começar a ensaiar com a turma de primeiro ano a coreografia da Festa Junina, que foi adiada devido ao transtorno e deve ocorrer após as férias de inverno, em agosto.
Na sala do 3º ano, a professora Jéssica de Oliveira da Silva pretende reorganizar a disposição das classes:
– Os alunos ficavam amontoados para o lado da janela para termos mais claridade. Agora, vai dar para dar aula de verdade, com jogos e filmes.
Com tanta limitação, ficava difícil para a professora cobrar bom desempenho dos alunos. Nesta sexta-feira, Jéssica dava aula para apenas uma criança de uma turma com onze alunos.
Número de alunos despenca em dias de chuva
Na manhã de sexta, a turma 22 tinha apenas quatro dos 27 alunos em sala de aula. Em dia de chuva, as salas ficam escuras e o número de alunos em sala de aula despenca _ nesta sexta também em função do turno reduzido em função do jogo do Brasil na Copa do Mundo.
– Toda vez que chovia os alunos se desanimavam muito a vir porque sabiam que a sala ia estar escura. E os que vinham eram liberados mais cedo – lembra Isabel.
Em dias de tempo fechado, o turno da tarde encerrava a aula uma hora mais cedo e, depois, recuperava o período com aulas aos sábados.
O clima também é de alegria no refeitório. A merendeira Raquel Duarte comemora:
– Semana que vem vai ter sopa e vou poder fazer sem usar a lanterna do celular – diz.