O prefeito de Canoas decretou nesta quarta-feira (12) situação de emergência na área da saúde. Luiz Carlos Busato pretende viajar na quinta-feira (13) a Brasília em busca de ajuda financeira para o município. Ele pretende se reunir com o presidente Michel Temer e pedir liberação de R$ 30 milhões:
— É o que vamos precisar para honrar os compromissos trabalhistas dos profissionais da saúde.
Além disso, o chefe do Executivo municipal vai pedir a ajuda do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) para auxiliar na administração das oito unidades de saúde que estão sob intervenção após decisão judicial.
— Não temos gente capacitada suficiente para administrar todos esses hospitais. Por isso que havia contrato com empresa terceirizada — acrescenta.
Segundo Busato, já houve contato prévio com o GHC, que teria se mostrado solidário. Sobre as exigências do governo do Estado para liberar o passivo que chega a R$ 45 milhões na área da saúde, como detalhamento dos contratos com o Grupo Gamp, por exemplo, Busato classifica como desproporcionais e descabidas.
— Pedem a juntada de documentos que é humanamente impossível reunirmos em poucos dias. Para ficar bem claro. O governo do Estado não tem condições de pagar e estão arrumando uma desculpa para não repassar dinheiro para Canoas — afirma o prefeito.
Busato lembra que o ofício ainda ressalta que, após receber a documentação, a Secretaria Estadual da Saúde ainda fará uma análise de tudo:
— Isso vai levar meses. Eles estão protelando para o próximo governo os pagamentos que eles deveriam estar fazendo.
O prefeito também reclama que, além dos recursos vinculados ao Gamp, há atrasos para o Hospital Nossa Senhora das Graças, que não tem qualquer relação com a terceirizada.
— O que o secretário (estadual da saúde) está fazendo é colocar em risco vidas da população que precisa do serviço de Canoas — salienta Busato.
Segundo o prefeito, o secretário Francisco Paz prometeu repassar até sexta-feira (14) R$ 10 milhões e, na próxima semana, mais R$ 10 milhões.
— Se isso não ocorrer, vamos ter uma paralisação dos hospitais, colocando em risco a saúde da população — salienta.
Busato diz que estuda medidas jurídicas sobre a exigência do Estado para liberar os recursos atrasados.
— Vou responsabilizar criminalmente o secretário (Francisco Paz), porque ele está colocando em risco as vidas com esse gesto que está fazendo.
A Secretaria Estadual da Saúde divulgou nota:
A SES ainda não pagou nenhum prestador, e está esperando o pedido de resposta ao ofício para efetuar o pagamento juntamente com os demais hospitais com contrato com o estado e hospitais de municípios com gestão plena. Apesar de ter protocolado pedido de informações ao Município no dia 6 de dezembro, este ainda não se manifestou. Lembrando ainda que não foi liberado valor para nenhum outro município ou hospital .