A 12ª Delegacia de Polícia Civil irá investigar a suposta ameaça a uma professora da rede municipal de ensino de Porto Alegre ocorrida no fim da tarde desta terça-feira (6). O boletim de ocorrência registrado pela docente indica que a mãe de um aluno a teria ameaçado dentro da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Vila Elizabeth, no bairro Sarandi. Segundo a professora, mulher ainda teria lançado um projetor contra ela.
O caso, que teria ocorrido durante uma palestra, por volta das 18h30min, será investigado pelo delegado Wagner Dalcin. Procurada por GaúchaZH, a direção da Emei Vila Elizabeth não quis comentar o assunto. A escola não teve aulas na manhã desta quarta-feira (7).
Ainda nesta manhã, uma equipe pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (Smed) foi à escola e, mais tarde, professores foram recebidos pelo secretário Adriano Naves de Brito para uma reunião. Conforme o secretário, a mãe envolvida na agressão tinha um histórico de tensão com a escola.
— O que aconteceu ontem não é regra. Não é incomum ter conflitos entre pais e professores, o que não acontece amiúde é a agressão física. Estamos vivendo um estado de ânimos que não é de paz e, se não diminuirmos a tensão latente, a violência vai explodir cada vez mais — disse.
Conforme o titular da Smed, a criança continuará sendo atendida, e o caso deve ser encaminhado à Justiça. A Guarda Municipal está acompanhando a escola e deve permanecer no local nos próximos dias, para "proteger a integridade física dos professores".
A ameaça é o terceiro caso de violência contra professores da rede municipal nas últimas três semanas. No dia 24 de outubro, uma professora da Escola Municipal Afonso Guerreiro Lima, na Lomba do Pinheiro, foi agredida por uma ex-aluna no saguão da instituição. Uma semana depois, uma professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Grande Oriente, no bairro Rubem Berta, foi agredida pela irmã de um aluno em frente à instituição. O secretário de Educação diz que, apesar dos atritos fazerem "parte do cotidiano" das escolas municipais, as agressões "ainda são raras":
—Os atritos tem acontecido mais, tem sido parte do cotidiano, e precisamos reverter. As agressões são raras, mas podem se tornar mais frequentes. Mostra que o grau de violência que estamos vivendo está levando os mais exaltados a transgredirem o último limite _ diz.