Quarenta e cinco contêineres de cor verde serão instalados no Centro de Porto Alegre até a madrugada desta sexta-feira (2), em razão de um projeto piloto de coleta automatizada de resíduos recicláveis. Ao passo que os contêineres cinza seguirão exclusivos para lixo orgânico, os novos modelos devem servir para papel, plástico, vidro e metal. A novidade estará restrita ao quadrilátero formado pela Avenida Mauá e ruas Doutor Flores, Riachuelo e Caldas Júnior por um período de testes de um ano.
— Vamos ver como a cidade vai se portar com essa novidade e, aí sim, com nossos técnicos e engenheiros, planejar os próximos passos. E, quem sabe, levar a novidade para outros bairros também — afirma o secretário municipal de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, ressaltando que Porto Alegre é a primeira capital brasileira com essa coleta automatizada de recicláveis.
Cerca de 260 toneladas (23%) do lixo de Porto Alegre que vai para aterro são caracterizadas como potencialmente recicláveis. Nos contêineres verde, os materiais recicláveis poderão ser depositados a qualquer hora, todos os dias da semana. A coleta seletiva que era realizada três vezes por semana até então, passará a ser diária nessa área.
Ramiro Rosário relata que muitas pessoas desrespeitam as datas divulgadas para coleta de lixo seco em cada região, ou então depositavam nos contêineres cinza, que são exclusivos para o orgânico — a irregularidade é considerada grave, segundo o o Código Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre, o que pode gerar multa de R$ 2.882,20. Ele lembra que isso leva catadores a revirarem o lixo orgânico para tentar encontrar material reciclável, tirando resíduos dos contêineres, muitas vezes, e piorando o aspecto da cidade.
— Além de dar o destino ambientalmente correto aos resíduos recicláveis, fazer que chegue mais material às unidades de triagem conveniadas ao DMLU, também queremos qualificar a limpeza do Centro.
Trabalhando em uma banca de revistas do lado de um dos novos contêineres, José Fernando Araújo dos Santos, 50 anos, que admite já ter depositado papel e plástico nos contêineres para orgânico, garante que agora vai fazer certo. Mas se mostra cético com relação à colaboração da maior parte das pessoas — acredita que é raro, ainda, de separar o lixo em casa. Acrescenta, também, que algumas pessoas entram nos contêineres já existentes e usam como banheiro.
Rosário destaca que a equipe de educação ambiental da prefeitura vai "atuar forte" distribuindo material aos comerciantes e moradores para que todos contribuam. O investimento no projeto de automatização da coleta seletiva, segundo o secretário, será de R$ 17 mil mensais, incluindo os equipamentos e o serviço.