Por Diogo Carvalho, cofundador do Destemperados
Provavelmente você já viu cena parecida: pai, mãe e filho comem hambúrgueres de uma grande rede de fast-food, lambuzados de um molho especial que ninguém sabe do que é feito. O pão, a carne e todos os outros ingredientes chegaram à lanchonete preparados para que tudo ficasse pronto em segundos — e para que pai, mãe e filho comam logo e abram espaço para outra família. Agora visualize a mesma cena, mas com uma pizza de receita simples.
A massa, feita um dia antes com farinha italiana, levou horas para ficar pronta. A pizza sai do forno quentinha, e pai, mãe e filho se lambuzam de um molho de tomate que todo mundo sabe a procedência. A família come sem pressa e, quando vai embora, não deixa quase nada de lixo. As duas cenas têm uma coisa em comum além da família imaginária: o preço é quase o mesmo.
Seria bom se Porto Alegre realmente vivesse uma febre de pizza napolitana. Que, assim como as grandes redes de fast-food, tivesse uma pizzaria em cada canto da cidade, com comida boa, feita com ingredientes de qualidade. Como consumidor, torço para que as oito pizzarias napolitanas da cidade virem 16 e que se espalhem pelo Estado inteiro.
Porque o que nós vemos não é febre: é mais informação circulando, o interesse por gastronomia crescendo, gente muito corajosa investindo e gente mais corajosa ainda cozinhando. O resultado para alguns é moda, mas nós torcemos que seja permanente. E que pai, mãe e filho continuem livres para comer o que quiserem, mas com cada vez mais opções.