Depois de décadas de espera, este mês marcou o início das obras de restauração do Cais Mauá, em Porto Alegre — no dia 5, os primeiros operários começaram a chegar ao local.
Exemplos de revitalização de áreas portuárias ao redor do mundo não faltam. Conheça as seis apontadas pela empresa Cais Mauá do Brasil, responsável pela obra, como inspiração para remodelar o espaço no centro da capital gaúcha.
Porto Antico, Gênova (Itália)
O Porto Antico di Genova é hoje um centro turístico e cultural da cidade italiana. Mas a área ficou durante décadas sem uso. Foi revitalizada na década de 1990, com a demolição de velhos armazéns e conservação dos considerados mais significativos. Além de abrigar restaurantes, bares e eventos culturais e esportivos, também tem atrações como pista de patinação no gelo, um aquário e uma esfera de vidro com elementos de uma floresta tropical.
Um dos símbolos é o Il Bigo, monumento metálico moderno que reproduz em grande escala uma grua de carga como as montadas em navios. A estrutura conta com grande elevador panorâmico rotativo que permite desfrutar de uma vista sobre o porto, a cerca de 40 metros de altura.
Port Vell, Barcelona (Espanha)
Também às margens do Mar Mediterrâneo, o Port Vell é uma área portuária de Barcelona que ficou abandonada por décadas — o cenário era composto por armazéns vazios, estaleiros ferroviários e fábricas.
A remodelação foi realizada como parte dos preparativos de Barcelona para os Jogos Olímpicos de 1992 e hoje recebe mais de 16 milhões de visitantes ao ano. Tem um complexo que une opções de lazer, esportes, compras, entretenimento, gastronomia e cultura e um aquário com mais de 10 mil animais. A marca do Port Vell é La Rambla de Mar, uma passarela construída sobre a água.
Estação das Docas, Belém (Pará)
O antigo porto fluvial de Belém deu lugar à Estação das Docas em 2000, um dos principais pontos turísticos do Pará. À beira da baia do Guajará, há três armazéns, distribuídos em 32 mil metros quadrados, além de um terminal para embarque e desembarque de passageiros. O complexo ainda oferece opções de gastronomia, comércio, lazer e eventos.
Os armazéns de ferro inglês restaurados são uma mostra da segunda metade do século 19. Os guindastes externos, símbolos do complexo turístico, vieram dos Estados Unidos. O Forte São Pedro Nolasco, destruído em 1825, teve suas ruínas revitalizadas, dando lugar a um anfiteatro.
Puerto Madero, Buenos Aires (Argentina)
Construído no final do século 19, em semelhança ao porto de Londres, o Puerto Madero estava obsoleto uma década depois, por causa do aumento do tamanho dos navios — foi substituído pelo Puerto Nuevo. O renascimento da área veio apenas nos anos 1990, quando os armazéns foram recuperados. Deu origem a um dos bairros mais descolados da capital argentina.
Hoje, a área reúne restaurantes, moradias, escritórios, galerias de arte, universidade, arranha-céus e prédios assinados por arquitetos de renome.
Inner Harbor, Baltimore (EUA)
Um dos principais portos dos Estados Unidos no passado teve seu píer e depósitos abandonados revitalizados. Hoje, é um dos principais pontos turísticos da cidade de Baltimore, com museus, hotéis, lojas, bares e restaurantes. Também é possível partir dele para passeios de barco, além de ter uma vista panorâmica de cima da World Trade Center de Baltimore.
Sua revitalização é considerada modelo mundial de renascimento de áreas degradadas e ganhou muitos prêmios. Iniciada há meio século, de forma pioneira, a iniciativa influenciou mais de cem cidades no mundo.
Victoria & Alfred Waterfront, Cidade do Cabo (África do Sul)
Com mais de 400 lojas e 80 restaurantes e bares, o Victoria & Alfred Waterfront (ou V&A Waterfront) atrai mais de 23 milhões de visitantes por ano.
Abandonado em 1960, foi remodelado em 1988. Prédios históricos foram valorizados na revitalização. A Torre do Relógio (Clock Tower) era originalmente o gabinete do capitão do porto, remetendo a 1882, e a Breakwater Lodge foi construída para ser uma prisão 1860, sendo que se tornou parte da universidade de Cidade do Cabo e um hotel.