Incomodados com a passagem de milhares de foliões pela Cidade Baixa no último final de semana, moradores da região fizeram uma reunião com o Ministério Público para mostrar o "outro lado" do Carnaval de rua — o de quem vive no entorno e tem de conviver com a festança que se consolidou na última década.
Uma das moradoras, que preferiu não se identificar, relata que as caixas de som da festa produziam um "barulho insuportável" na Rua da República, capaz de fazer tremer portas e janelas. Outras queixas são a rua trancada por dois dias, impedindo a saída e entrada dos moradores nas garagens. "Sem falar na sujeira que fica depois", enumera.
O presidente da associação de moradores do bairro, Zilton Tadeu, havia oficializado as críticas e pedido uma reunião com a promotora de Defesa do Meio Ambiente, Ana Marchesan.
— Esses eventos não contam com o aval dos moradores. Nós não queremos Carnaval na Cidade Baixa. A Orla do Guaíba tem quilômetros de espaço livre para fazer Carnaval. Por que não fazem lá? — questiona Tadeu.
Na reunião, a qual compareceram também representantes dos bairros Centro Histórico, Moinhos de Vento, da Praça Brigadeiro Sampaio e da Rua João Alfredo, a associação pediu ao Ministério Público para que não sejam mais realizados eventos na Cidade Baixa, pelo menos até que a prefeitura encontre uma solução para a as reclamações de barulho e tumulto na região. O MP ainda não se manifestou sobre o conteúdo da reunião.