Ao som de sucessos de axé e pagode dos anos 90, foliões fizeram coro com o repertório nostálgico do bloco Filhos do Cumpadi Washington no final da tarde deste domingo na Orla do Guaíba, em Porto Alegre. Desde 2014 na rua, o grupo se propõe justamente a tocar no trio o que todo mundo sabe cantar, independentemente do estilo de música favorito do folião. Com o pôr do sol do Guaíba como cenário de um lado, e o Parque Marinha do Brasil, de outro, até quem praticava exercícios na orla, e nem estava aí para a folia, parava para assistir a festa.
Para o casal Luciano Ribeiro, 37 anos, e Caroline Lapinske, 37 anos, além da festa, a tarde de folia foi a oportunidade de matar a saudade de hits que ninguém esquece, entre eles músicas de É o Tchan, Molejo e Raça Negra.
– Era uma época de músicas maravilhosas, com essa alegria e energia que o povo exala, fica ainda melhor. É uma vez por ano só, tem que aproveitar – conta a enfermeira, que neste ano não perdeu nenhum dos blocos de Carnaval que fizeram a festa na Cidade Baixa.
– O brasileiro vive dias tão difíceis, mas aqui a gente consegue ser alegre e aliviar a cabeça com música boa e com quem a gente gosta – avalia o marceneiro.
Entre as fantasias de unicórnio, gatinhos e índio, a do biólogo Miller Freitas, 32 anos, foi uma das que mais chamou atenção. Vestido de Charlie Chaplin e com o rosto pintado com tinta branca, fazia a festa com todo mundo. Natural de Belém, no Pará, avalia que o Carnaval daqui é tão bom como o do norte do país:
– As pessoas precisam saber quem foi Charlie Chaplin, que ele era tão versátil como ator, escritor, humorista. Sou fã dele e decidi homenageá-lo. As pessoas adoram, pedem até para tirar foto comigo. Sem essa folia, a vida não teria tanta graça – diz, orgulhoso.
Depois de aproveitar o Carnaval do Rio de Janeiro por um mês, o servidor público aposentado Paulo Silva, 50 anos, não economizou energia:
– Cheguei ontem e vim para cá. Pique não falta.