O ano se aproxima do fim, e a situação de Porto Alegre não difere muito da do Estado quando o assunto é 13° salário dos servidores: o governo não sabe como fará para pagar a gratificação. O secretário municipal da Fazenda, Leonardo Busatto, afirma que o governo terá dificuldades para quitar a folha salarial de novembro e que antecipação do pagamento de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), cartada dada por prefeitos anteriores, já está sendo visada para a quitação da folha de dezembro. Ele aguarda o retorno do prefeito Nelson Marchezan, em viagem à Europa em busca de investimentos, para discutir alternativas.
— Com a situação atual, não há possibilidade de pagar 13º — afirma.
Uma das alternativas que devem ser avaliadas, de acordo com o secretário, é parcelar a gratificação ao longo de 2018 — o salário dos servidores já vem sendo picotado desde junho. Busatto já não se mostra esperançoso na aprovação de projeto de emenda à Lei Orgânica enviado à Câmara que adiava para o dia 5 o pagamento do salário e permitia que o 13º fosse pago até o quinto dia útil do mês de janeiro do ano subsequente, e não mais até 20 de dezembro. Essa era uma das propostas do pacote enviado em julho por Marchezan ao Legislativo.
— Pelo andar da carruagem, (os projetos) não devem ser aprovados. Estamos pensando em alternativas, para não ter problemas judiciais. O fato é que a gente não tem esse dinheiro —conclui o secretário.
No ano passado, a definição do pagamento do 13° salário teve vários capítulos. Em dezembro, o então prefeito, José Fortunati, disse que não conseguiria pagar o 13º até o final do ano e anunciou que o benefício seria quitado em três parcelas seguidas a partir de maio de 2017. Alguns dias depois, ele voltou atrás, anunciando que haveria desconto parapagamento do IPTU antecipado (Nelson Marchezan havia pedido que não houvesse) solicitando que os porto-alegrenses quitassem ainda naquele ano, para garantir o pagamento da gratificação.