A boate Margot, na Rua João Alfredo, no bairro Cidade Baixa, foi interditada na segunda-feira (4) pelo setor de fiscalização da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SMDE). Sem alvará para operar como casa noturna, o estabelecimento funcionava através de uma liminar da Justiça. Por conta disso, as festas programadas para ocorrer no Margot estão canceladas, afirma um dos sócios do local, Gabriel Victorino.
No dia 4 de abril deste ano, uma ação da Operação Sossego fechou o Margot e outros quatro bares da Cidade Baixa que funcionavam em desacordo com os alvarás. À época, o Margot conseguiu uma liminar da Justiça e foi reaberto no mesmo dia.
Leia mais
Noites lotadas na João Alfredo causam tensão entre frequentadores e moradores
Moradores e frequentadores criam movimento contra restrições a bares da CB
Cidade Baixa: 63% menos fiscais, 100% mais tensão
Segundo a SMDE, a casa operava com um alvará de bar e lancheria. De acordo com a pasta, por ter atividades noturnas, o Margot necessita de um alvará para funcionar como "casa noturna/danceteria".
Gabriel Victorino, um dos sócios do estabelecimento, afirma que as festas desta semana estão canceladas e, caso não consigam obter as licenças para funcionamento até a próxima semana, irão fechar a casa:
– Infelizmente vamos ter que entregar o ponto e viver por um tempo pagando as dívidas que deixamos. Parece dramático, mas é a realidade.
Victorino lamenta a demora no processo de concessão do alvará para o funcionamento regular da casa. Segundo ele, os documentos para a obtenção da licença de funcionamento já foram encaminhados, mas ainda sem resultados.
– Das pessoas com quem converso do poder público, todos são muito solícitos e empáticos em nos deixar trabalhar, mas infelizmente o sistema engessa todo mundo. O que nós iremos fazer é tentar mostrar que não somos inimigos nem foras-da-lei. Eu amo a cidade, mas trabalhar com medo de ser fechado porque o sistema não ajuda dá um desânimo – afirma.
De acordo com a SMDE, o estabelecimento só pode encaminhar o pedido de alvará depois de ter o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). O Corpo de Bombeiros afirma que o pedido do plano foi protocolado em 20 de abril do ano passado. Desde lá, ocorreram consultas técnicas e notificações. A última notificação de correção de análise – que exigia uma medida de segurança importante – foi retirada pelo estabelecimento em 20 de julho deste ano. Em 21 de julho, a casa teve um reingresso no plano – após corrigir o que havia sido solicitado – e agora está aguardando a análise dos bombeiros.
– Temos um volume bem expressivo de planos para análise. Mas, com absoluta certeza, será feito neste ano ainda – afirma o subcomandante do Primeiro Batalhão de Bombeiros Militar, major Luiz Carlos Neves Soares Júnior.
O Margot tinha festas desde esta quarta-feira (6) até sábado (9).
– Quem comprou ingresso antecipado nós faremos o reembolso automático, quem reservou nossos espaços pra comemorar aniversário ou formatura nós entraremos em contato para, no futuro, dar alguma recompensa como pedido de desculpas – lamenta Victorino.