Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que o morador de rua Luís Rosa Guimarães, 32 anos, é atropelado por um motorista bêbado no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, pouco depois das 6h do dia 12 de agosto.
O vídeo que mostra o Kia Soul branco arrastando o homem e saindo em alta velocidade da esquina da Avenida João Pessoa com a Rua da República, sem prestar socorro, é uma das provas incluídas pela Polícia Civil no indiciamento de Cléber da Silva, 30 anos, que foi preso na manhã do mesmo dia após ser perseguido pela Brigada Militar.
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Depois de percorrer a Avenida Ipiranga em direção a Viamão, ele foi encontrado com o Kia Soul marcado por sangue e amassado nas proximidades da Avenida Antônio de Carvalho. Os PMs relataram que ele sequer conseguia soprar o bafômetro devido ao seu estado de embriaguez. Silva foi levado para o Instituto-Geral de Perícias, onde um médico atestou que ele estava bêbado através da análise dos sinais motores. O sangue dele foi colhido, e será examinado para precisar a quantidade de álcool que havia ingerido.
Na Delegacia de Trânsito, o delegado plantonista decidiu por prender o homem em flagrante. No mesmo dia, o Judiciário expediu sua prisão preventiva. O motorista está, desde então, no Presídio Central de Porto Alegre.
Nesta segunda-feira (21), a 2ª Delegacia de Homicídios indiciou o motorista por tentativa de homicídio com dolo eventual – quando o acusado assume o risco de um acidente por estar bêbado. A delegada Roberta Bertoldo considera que "ele usou o carro como uma arma".
O morador de rua foi socorrido minutos depois por pessoas que transitavam pelo bairro. Após 11 dias, ele segue internado em estado gravíssimo no Hospital de Pronto Socorro (HPS).
O advogado Anderson Roza, que defende o suspeito, afirma que o motorista está "muito abalado" com o ocorrido. Ele diz que seu cliente não consegue falar com clareza sobre o caso e que todo o ocorrido no acidente será esclarecido no processo judicial. A defesa contesta, também, o valor das imagens como provas. Roza diz que elas "não são conclusivas".