Após o envio à Câmara de Vereadores de um conjunto de projetos para enfrentar a crise nas finanças do município que, entre outras medidas, modifica regras de reajustes e da previdência do funcionalismo público, o vice-prefeito pediu a compreensão dos servidores de Porto Alegre.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade na manhã desta quinta-feira, Gustavo Paim afirmou que essas medidas são as primeiras de uma série de ações que precisam ser tomadas para evitar o colapso das finanças públicas de Porto Alegre.
Das oito medidas, a que prevê o maior impacto financeiro é a que aumenta o índice de contribuição previdenciária dos trabalhadores de 11% para 14%. Se aprovada, a expectativa é que a medida incremente os cofres municipais em R$ 30 milhões ao ano.
– Hoje, o servidor contribui com 11% e a prefeitura com 22%. A contribuição do servidor não é suficiente e demanda esforço do Tesouro para sustentar a previdência – afirma Paim.
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Além da reforma na previdência municipal, outra medida impacta diretamente na remuneração dos municipários: a revisão do índice salarial, que repõe a inflação aos servidores no mês de maio de cada ano, será ligado à previsão orçamentária. Se aprovada, a prefeitura prevê que a medida vai economizar, em 2017, cerca de R$ 8 milhões. Questionado sobre a popularidade das medidas entre os servidores municipais, Paim afirmou que é preciso fazer esforços de todos os lados:
– A gestão municipal está sendo transparente com os servidores, mostrando a realidade das contas públicas. O servidor precisa compreender que vivemos uma realidade grave e precisamos realmente estar todos conscientes, e do mesmo lado, para que possamos superar essa maré.
Para aprovação do projeto na Câmara, a prefeitura precisa do apoio de no mínimo 19 vereadores favoráveis. Segundo Paim, os vereadores estão cientes da realidade financeira do município.
– Apresentamos um projeto do que acreditamos ser o certo e necessário fazer nesse momento – declarou.
A prefeitura sustenta que a situação financeira do município é crítica ao ponto de que, já no mês de junho, não haverá mais recursos em caixa para honrar com as despesas correntes do município.
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