Prestes a completar 100 dias à frente da prefeitura da Capital, Nelson Marchezan apresentou as principais medidas adotadas para enfrentar a crise econômica da Capital e, apesar dos cortes efetuados, a ameaça de parcelamento dos salários do funcionalismo ainda paira sobre o Paço Municipal. No balanço apresentado nesta sexta-feira, o prefeito afirmou que os atrasos irão acontecer neste ano. As informações são da Rádio Gaúcha.
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– Os salário vão, na melhor das hipóteses, atrasar vários meses este ano. Se nada for feito, podemos ficar três ou quatro meses sem receber nada – citou, culpando despesas deixadas pela gestão passada.
Ele insistiu que o déficit em 2017 irá se aproximar de R$ 750 milhões, mas não considerou no cálculo a economia a partir das medidas de austeridade adotadas em janeiro. O cálculo também não considera a possibilidade de antecipação do IPTU, realizada há quase 30 anos na Capital, e a possibilidade de saques no Caixa Único do Município.
A análise de Marchezan é criticada pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa). Na avaliação da entidade, a divulgação de um quadro pessimista teria o objetivo de reduzir direitos dos servidores.
– O parcelamento não se sustenta do ponto de vista financeiro. Ele abriu várias frentes de conflito com municipários e sociedade – afirma o diretor-geral do Simpa, Alberto Terres.
Os servidores municipais marcaram para a próxima terça-feira uma assembleia para discutir um calendário de mobilizações contra mudanças no magistério e no Orçamento Participativo, entre outras.
Teto
Sobre a lei do teto salarial, Marchezan afirmou que não espera desmobilização de auditores fiscais, que atuam na cobrança da dívida ativa, um dos grupos mais atingidos. Disse que espera “caráter” dos servidores nessa situação, 570 no total. O decreto fixa em R$ 18 mil os salários dos concursados, embora o prefeito admita que ações na Justiça possam reverter a decisão. O teto dos cargos em comissão (CCs) é de R$ 9,3 mil.
Dados
Antes da entrevista coletiva, Marchezan apresentou as principais medidas adotadas por sua administração. Entre elas, estão o corte de 340 CCs, com impacto de R$ 42 milhões por ano; cortes em serviços de telefonia e transporte; abertura de posto de saúde até as 22h; transparência na fila de espera por consultas e exames; mudanças no magistério com a redistribuição da carga horária dos professores; o cercamento eletrônico; entre outras.