Com o crescimento do mercado de home office, donos de cafés vislumbraram a oportunidade de virar escritório por um dia e resolveram caprichar no ambiente. Quando surge a necessidade, uma padaria pode ser o local para resolver pepinos empresariais, por exemplo. Antes de marcar a próxima reunião, é importante saber: Porto Alegre reúne diversos espaços confortáveis e bem equipados para tornar o mundo do trabalho remoto mais agradável.
Há uma década, bistrôs que ofereciam internet ganharam status de cybercafés, mas, com a substituição dos computadores de mesa pelos laptops, tablets e smarphones, qualquer espaço com wi-fi virou um potencial coffee office. A partir daí, a concepção de um bom lugar para trabalhar mudou.
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Seguindo a tendência de que descontração favorece a produtividade, esses lugares oferecem mais do que internet: a maioria têm tomadas nas mesas, ar-condicionado, decoração com frases inspiradoras, jornais ou revistas e café a um preço médio de R$ 4,50. Como diferencial, alguns investem em sala de reuniões, grão moído na hora e souvenires, além de água filtrada grátis e facilidades para quem leva o filho e o cachorro junto.
ZH mostra oito espaços. Encontre o que mais combina com o seu jeito.
O café antiquário
É um ponto clássico da Cidade Baixa que vale a pena conhecer, e a decoração de antiquário pode ajudar a despertar seu lado criativo. Mas, se você é daqueles que prefere ambientes tranquilos, procure o Agridoce antes das 16h – ele costuma ser movimentado à tardinha. O lugar é cheio de diferenciais para cativar o público: uma biblioteca pegue-e-leve, água filtrada como cortesia, embalagens que fazem os doces parecerem de grife e o café pendente. Essa última é uma inovação que acaba criando uma rede de solidariedade em torno do pretinho: você pode pedir um café que foi pré-pago por algum cliente gentil. De quebra, recebe a mensagem deixada por ele.
Agridoce Café
Local: Sarmento Leite, 1.024
O queridinho dos pós-graduandos
Usado como escritório para muitos estudantes concluírem suas teses e dissertações, o Baden tem a fama de ser um dos queridinhos de estudantes da pós-graduação e de profissionais remotos.
– Muitos têm até lugar fixo – diz a dona, Margaret Dorneles, achando graça do vínculo afetivo criado com os clientes.
O ambiente acolhedor é localizado em uma esquina com área externa. Historiadora e jornalista, a proprietária entende bem a necessidade de quem gosta de escrever. Por isso, distribuiu no espaço dezenas de tomadas em 110V e 220V. Destaque para uma mesa grande – muito usada para reuniões – e para o tecido de chita na parede, pensado para amenizar ruído.
Baden Cafés Especiais
Local: Avenida Jerônimo de Ornelas, 431
O local para grandes reuniões
Balcão com quatro lugares e tomada própria, sofás com jornais e revistas, boa internet e ar-condicionado foram os investimentos de Eurico Albrecht na segunda unidade do estabelecimento que abriu na mesma rua, totalmente focado nos "trabalhadores de café". Ele notou que a grande procura era recorrente na primeira loja e decidiu focar. Como diferencial, o Café República Cup inclui uma sala de reuniões integrada, toda de vidro – o uso do espaço é adequado para 10 pessoas e funciona por locação de duas a quatro horas (com valores que vão de R$ 150 a R$ 280, incluindo uma parte consumível). A ideia, segundo Albrecht, é quebrar o isolamento de uma sala de reuniões tradicional, integrando com o ambiente e o movimento da cafeteria. O espaço também oferece a experiência de consumir café torrado, moído e passado na hora.
Café República Cup
Local: Rua da República, 38
O pegue-e-leve dos universitários
Se fosse traduzir do inglês, Coffeehood significa algo como "cafeança". A palavra não existe, mas a descrição que mais combina com este lugar é "café da estudantada". Situado próximo da UFRGS e da UFCSPA, ele é minado de universitários no decorrer do ano. Para ajudar na inspiração, o gerente Felipe Smaniotto recebe os clientes com uma playlist indie. No andar superior, há uma bancada exclusiva para usar laptops com tomadas individuais. É muito frequentado nos intervalos das aulas, principalmente por futuros engenheiros, arquitetos e advogados.
Coffeehood
Local: Rua Sarmento Leite, 282
Trabalhe com pets
Para se adaptar ao perfil do público, a Padarie mudou seu sistema: trocou os garçons atendendo nas mesas e excluiu os almoços por um estilo semelhante ao Starbucks, onde o cliente paga no caixa e retira no balcão mediante chamamento. Sobre as mesas, há uma explicação bem didática para não deixar ninguém em dúvida. O foco gastronômico ficou nos pães e bolos (o de Chia é um clássico), mas o ambiente continua convidativo para quem quer produzir. Esse é um dos lugares onde se pode levar cachorro, pois há mesas na rua. O jogo de luzes, as delícias nas prateleiras e as mensagens nas paredes são um charme.
Padarie
Local: Rua Ten. Cel. Fabricio Pilar, 822
O lugar para mamães
Aqui, mães com filhos são tão bem-vindas que o cardápio inclui menu kids, com direito a babyccino, que é um leitinho vaporizado. É que a própria dona, Karine Camejo, costuma trabalhar acompanhada da pequena Mel. O forte da casa é o Go Nuts, café com macadâmia e borda de Nutella (pode ser adicionada a qualquer opção). Frequentado por um público bem comercial, que inclui profissionais de comunicação, de design e de marketing, o Valkiria surgiu como um braço de uma empresa de Inteligência Criativa e tem uma filial dentro da Área 51, espaço de convívio da Escola Perestroika. Sua decoração segue o estilo industrial urbano, tem mesas externas e não possui estacionamento.
Valkiria Café
Local: Avenida Carlos Gomes, 604
Open bar de café
Além da vitrine de doces que enche os olhos do visitante, o trunfo do local é o open bar de café passado, um bom negócio para quem passa horas produzindo ou estudando. Por R$ 5, dá para garantir a caneca cheia. O lado negativo é a escassez de tomadas (são apenas duas), problema que o sócio Eduardo Geraldes está tratando de sanar com a adaptação de uma sala climatizada e envidraçada. A grande demanda de reuniões fez a administração criar cardápios próprios para o compartilhamento, como a tábua de doces (R$ 53 para 5 pessoas). Para os estudantes, os mais procurados são opções econômicas, como o MiniCupCake (R$ 3).
Pink Velvet
Local: Avenida Venâncio Aires, 757
Cenário de entrevista
Os móveis estofados em couro e as mesas de madeira estão entre os charmes deste reduto de cafeicultores no bairro Mont'Serrat. A elegância e discrição do local fazem ele ser procurado por artistas para conceder entrevistas e gravar pocket shows. Há quatro anos operando como uma casa de microtorrefação, a marca abriu as portas para clientes há um ano. Todas as manhãs, o cheiro de café é o principal divulgador do negócio na vizinhança (ainda que o dono queira mantê-lo reservado). As paredes são pretas, assim como o mármore do balcão, o uniforme dos baristas, as xícaras. Essa discrição toda é para dar holofote a quem mais importa: o produtor de café. Criada por um norte-americano residente na Capital, a casa valoriza os premiados cafeicultores brasileiros, ainda desconhecidos por aqui.
William & Sons Coffee Co
Local: Rua Pedro Ivo, 492