Há duas elevações de concreto na Júlio Mesquita, praça em frente à Usina do Gasômetro. Com cerca de meio metro de altura e três de comprimento, elas destoam do deque de madeira itaúba. Para que servem?
– As pessoas usam para sentar, para deitar. Já vi gente fazendo até festinha de aniversário em cima – conta Maria Bueno Pereira, 66 anos, frequentadora da praça.
O que Maria não sabia – e provavelmente nem os que as utilizam como banco ou mesa – é que são marcos do lugar mais temido da cidade durante 100 anos.
Os blocos de concreto estão sobre a entrada da antiga cadeia de Porto Alegre, chamada Casa de Correção. Os alicerces, revelados durante as obras em 2016, foram tapados para a construção do deque de madeira. Por indicação de arqueólogos e da Secretaria Municipal de Cultura, foram construídos esses dois "elementos de concreto" para informar moradores e visitantes.
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Há três meses, a gestão anterior afirmou que os marcos seriam revestidos com cerâmica contendo uma ilustração história do local – sem precisar quando.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, órgão que fiscaliza a obra, esclarece que o escritório de arquitetura Jaime Lerner Arquitetos Associados está desenvolvendo uma "ambientação em cerâmica informativa", juntamente com a Secretaria Municipal da Cultura. De acordo com a prefeitura, isso deve ocorrer até outubro de 2017, quando se encerra o prazo da revitalização da orla do Guaíba.