A partir de março, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) vai cortar horários de algumas linhas do transporte coletivo de Porto Alegre. Serão atingidos os itinerários com períodos de baixa procura, principalmente no meio das tardes e após as 20h. A lista com as regiões afetadas ainda não foi divulgada pelo município, mas a medida será adotada para reduzir as perdas alegadas pelas empresas de ônibus que atuam em Porto Alegre. As informações são da Rádio Gaúcha.
– Vamos racionalizar um pouco essas linhas, diminuindo os horários que não têm passageiro suficiente para que possa pagar essas viagens e não onerar as demais – relata o diretor-presidente da EPTC, Marcelo Soletti.
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Ele relata que a ação vai afetar cerca de 4% das linhas, o que seria suficiente para reequilibrar financeiramente os contratos assinados com as empresas de ônibus. Soletti afirma que as perdas das empresas não serão embutidas nas tarifas de 2017, que devem ficar entre R$ 4 e R$ 4,05.
O corte inicial de horários de algumas linhas poderá ser ampliado nos meses posteriores. Uma das justificativas para a ação é reduzir o impacto do custo que a instalação de GPS e equipamentos para reconhecimento facial poderia acarretar à passagem.
Prejuízo
Após um ano de contrato com a prefeitura da Capital, as empresas de ônibus responsáveis pelo transporte coletivo estimam prejuízo de R$ 100 milhões. O motivo é a queda no número de passageiros superior à estimada em 2014, quando os termos do edital de licitação que rege o acordo foram definidos. Dois consórcios que atuam em Porto Alegre já foram à Justiça pedindo reparação.
De acordo com a EPTC, o desequilíbrio ocorreu porque a redução de passageiros foi maior que o previsto. Em 2014, esperava-se um recuo de cerca de 6% no uso do transporte coletivo em dois anos. No entanto, o índice observado ficou em 10,5%.
A prefeitura da Capital realiza uma pesquisa através de um questionário junto a usuários com perguntas referentes à formação do valor final da tarifa. No entanto, não há prazo para a conclusão do estudo. Também não foi divulgado o que a prefeitura fará com as respostas.