Basta circular pelas ruas de Porto Alegre para notar a grama alta que toma conta das calçadas e dos canteiros da cidade. O serviço de capina não está sendo executado na Capital desde o início do ano. De acordo com a Ecopav – empresa responsável pelo trabalho –, a prefeitura ainda não efetuou o pagamento referente aos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado, que estava previsto para a última sexta-feira.
– Sem o repasse dos recursos, temos dificuldades financeiras para retomar o serviço. Não há condições de trabalho – afirma o vice-presidente da empresa, Luiz Alberto Poggi.
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Segundo ele, a Ecopav está em negociações com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e a Secretaria de Serviços Urbanos para que seja feito um plano emergencial e o serviço seja normalizado.
Enquanto isso, as ruas estão com conservação precária. A grama alta invade o espaço de pedestre nas calçadas, misturando-se com a rua. Em alguns locais, até as paradas de ônibus são tomadas pelo mato . Há quatro anos no ponto de táxi da Avenida Pedro Augusto de Bittencourt, o taxista Rodrigo Costa, 37 anos, comenta que ele e os colegas não esperam pelo serviço público para cuidar da manutenção do pedaço de grama que decora o local:
– A gente tem cortador de grama aqui e nós mesmos cuidamos. Não dá pra esperar, né? Tem várias ruas e praças da Capital que estão com a aparência de abandonadas.
De acordo com a aposentada Irene da Silva, 85 anos, moradora da zona sul da Capital, as calçadas do bairro Ipanema há um bom tempo não sabem o que é um serviço de capina:
– A grama está alta e não é de hoje!
Para a doméstica Beatriz Marques Espíndola, 40 anos, o problema é somente a falta de manutenção da grama:
– O lixo eles tiram, mas tem muito mato e aí acaba atrapalhando quem anda na calçada.
No dia 14 de janeiro, o diretor-geral do DMLU, Alexandre Friedrich, afirmou à Rádio Gaúcha que o contrato prevê o pagamento das faturas em até 90 dias, e que o prazo estaria sendo cumprido. Conforme ele, o órgão pretendia efetuar o repasse até o fim da semana passada – o que a empresa diz não ter ocorrido. Contatada por ZH, a Secretaria de Serviços Urbanos, responsável pelo DMLU, não confirmou o pagamento e ainda não informou as medidas que serão tomadas para resolver o impasse.