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Nos próximos quatro meses, a nova administração de Porto Alegre deve delinear um modelo de gestão que promete diminuir a burocracia para a execução de serviços como tapar buracos, realizar podas e resolver pequenos problemas estruturais na Capital. As chamadas subprefeituras poderão responder à nova Secretaria de Serviços Urbanos, que incorporou órgãos como DMLU, DEP e DMAE, e tem como finalidade tornar mais ágeis serviços que hoje dependem de intermediários para serem realizados.
– Temos a ideia de trazer gestores com exigências mínimas de qualificação, mas que sejam pessoas do bairro, da região. E que as subprefeituras tenham capacidade de resolutividade – disse o prefeito Nelson Marchezan, que ainda não sabe se os novos braços da gestão pública terão orçamento próprio.
Não há ainda, também, um formato definido para as novas estruturas. A intenção do recém-empossado secretário de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, é de que a cidade seja dividida em cinco regiões, com representantes que possam delegar de forma mais autônoma a realização de serviços nas comunidades.
– A partir do momento em que o cidadão chega no CAR (Centro Administrativo Regional) e reclama de um buraco, o CAR não tem uma equipe pra resolver. Ele precisa encaminhar para o órgão competente, cobrar, acompanhar. Demora muito para resolver. As subprefeituras vão ter a chave da máquina na mão – diz.
Até o fim da gestão anterior, solicitações de serviços eram feitas pelo telefone 156 – Fala Porto Alegre, ou através dos Centros Administrativos Regionais (CARs), e encaminhadas ao departamento responsável por sua execução – o que não raro gerava "jogos de empurra" entre os órgãos até serem concluídas. Responsáveis ainda por coordenar as reuniões mensais do Orçamento Participativo (OP) em 17 regiões da cidade, os CARs ainda não têm destino certo após a criação das subprefeituras.
Conforme Marchezan, a permanência dos centros e uma possível reformulação terão de ser discutidas. É provável que, caso sejam mantidos, haja diminuição no número atual. Gerente-geral dos CARs até sexta-feira, Antônio Luiz Pereira de Souza acredita que a criação de subprefeituras pode beneficiar as comunidades, mas pondera que a redução das atuais 17 regiões pode aumentar a demanda de cada setor, já que terão de atender áreas mais abrangentes.
– Quando os CARs foram criados, o entendimento era de que deveria haver subprefeituras. A questão é como isso está sendo planejado, porque todas as regiões terão de ser cobertas – avalia.
Cada centro contava com quatro gestores, todos cargos em comissão, mas não tinham orçamento próprio. Segundo Antônio, além dele, outros funcionários dos centros foram exonerados nos últimos dias.