Desde o começo do mês, a meteorologia pode determinar o funcionamento ou não da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços (Smic) de Porto Alegre, na Avenida Osvaldo Aranha. Publicada no Diário Oficial no dia 6 de janeiro, uma instrução assinada pelo secretário que assumiu a pasta desobriga os funcionários, responsáveis por atividades como o licenciamento de atividades, de trabalharem quando há temporais.
– Quando chove, o primeiro andar do prédio fica alagado por problemas no telhado. A água que entra nas salas vem pelo duto da fiação elétrica. Nós entendemos que isso oferece risco a quem trabalha no local – diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Gomes.
LEIA MAIS
Fruteiras irregulares do centro de Porto Alegre são práticas para quem tem pressa, mas atravancam calçadas
Operação da Polícia Civil apura irregularidades em contratos de locação da Fasc
Cercamento eletrônico de parques na Capital é prejudicado por atraso de pagamento
Segundo informou a nova secretaria, o trabalho foi prejudicado em apenas um dia desde que a orientação tornou-se pública. Os eventuais alagamentos no setor que atende cerca de 1 mil pessoas por mês, no entanto, não são os únicos problemas enfrentados por quem trabalha no local. Por orientação do prefeito Nelson Marchezan, as atividades devem ser transferidas para outro imóvel da prefeitura nas próximas semanas.
Somente entre agosto e dezembro de 2016, o prédio situado à entrada do Túnel da Conceição passou por nove furtos. Entre os itens subtraídos estão computadores, notebooks, ar-condicionados, câmeras fotográficas, rádios e uma TV. O que mais tem causado transtornos, porém, é o roubo dos cabos de energia e do quadro de luz. Além de a falta de energia ter tornado o local um alvo fácil, já que o sistema de alarmes parou de funcionar, obriga, há meses, o uso de um gerador para garantir o abastecimento. O aluguel do equipamento chega perto dos R$ 1 mil por dia.
– É um valor exorbitante, por isso a pressa com a mudança. E uma eventual reforma do prédio, pelo trâmite administrativo, consumiria bastante tempo. O objetivo é identificar um prédio da prefeitura para não gastar com aluguel – explica Gomes.
Atualmente, cerca de 80 servidores atuam no edifício de seis pavimentos, dos quais cinco são utilizados pela Smic. No local, operam os setores administrativo, jurídico, de fiscalização e parte do atendimento ao público. Conforme o secretário, há imóveis do poder público disponíveis, mas a definição do destino dos funcionários e suas atividades depende do remanejo de outros setores.
Dívidas herdadas da gestão anterior preocupam
A preocupação com a economia no Desenvolvimento Econômico, que englobou as secretarias de Turismo e da Indústria, Comércio e Serviços, não se deve apenas ao aperto de cintos para enxugar a máquina pública, reforçado pelo novo prefeito desde o começo do mandato: mais de R$ 500 mil em dívidas herdados da gestão anterior preocupam o titular da pasta.
Segundo Ricardo Gomes, os valores são de contas vencidas entre junho e dezembro do ano passado – a maior parte do mês de outubro –, referentes a serviços diversos. Contas de luz, telefone, convênios, manutenção de veículos, vacina de servidores e o aluguel dos famigerados geradores – o atual é o terceiro desde o furto dos cabos – são alguns dos vencimentos que terão de ser assumidos pela nova gestão.
– O número ainda está sendo levantado. Porque há despesas que foram contratadas, mas ainda não foram contabilizadas. Esse valor pode subir – conclui.