Chamado de "Carreata por mais segurança", um ato que começou pouco depois das 10h30min deste domingo teve como objetivo dar mais visibilidade para o problema da violência em Porto Alegre. O ponto de partida da atividade, organizada pelo grupo Segurança Urgente, foi o estacionamento próximo ao Estádio Beira-Rio, na Avenida Padre Cacique.
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A ideia dos organizadores também foi coletar assinaturas para um pedido de intensificação do policiamento ostensivo – considerado por eles uma medida para frear o aumento da criminalidade. O documento deve ser enviado ao governador José Ivo Sartori no mês que vem.
– Queremos policiamento ostensivo para estancar a hemorragia da violência. E não é só policial parado na esquina – comenta o engenheiro eletricista Miguel Barreto Vianna, 55 anos, fazendo críticas à lei penal, cuja mudança é atribuição do legislativo federal.
O itinerário incluiu vias como Padre Cacique e Loureiro da Silva. A chegada foi por volta do meio-dia, na Usina do Gasômetro. Conforme Vianna, o abaixo-assinado conta com mais de 30 mil assinaturas, e o grupo ambiciona chegar a 50 mil.
– Nós nos reunimos para fazer protestos e plantões para coleta de assinaturas. Tentamos chamar a população para se unir e exigir mais segurança – conta Aline Renz, também integrante do grupo.
O Segurança Urgente se formou entre moradores do bairro Tristeza, na Zona Sul, após o assassinato do capitão da reserva do Exército Carlos Norberto Barbosa dos Santos, morto em março durante tentativa de assalto.
Às 14h30min deste domingo, a Capital terá outro protesto por mais segurança pública. Este será feito por familiares e amigos de Rodrigo Maciel Gonçalves, 17 anos, morto com um tiro no tórax na última segunda-feira, no bairro Humaitá, na Zona Norte. A "Caminhada pelo Guigo" percorrerá o Parque Mascarenhas de Moraes, local do crime.
Pesquisa aponta sensação de insegurança
A sensação de insegurança no Rio Grande do Sul foi captada por um levantamento feito em fevereiro deste ano pelo Instituto de Pesquisa Index, que ouviu 2 mil pessoas em 30 municípios. Na pesquisa, 73,9% dos entrevistados disseram acreditar que a violência recrudesceu ao longo de 12 meses e 69,2% afirmaram já ter sido alvo de bandidos.
O RS, na contramão de Estados que reduziram o número de assassinatos, como São Paulo, registrou aumento de 70% nos casos de homicídios dolosos (com intenção de matar) em uma década. Conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), foram pelo menos 2.405 mortes em 2015, contra 1.418 em 2006.