Em 1947, Cesar Lattes, jovem físico de 22 anos formado pela USP, foi para a Europa trabalhar com raios cósmicos no Laboratório de Cecil Powell, na Universidade de Bristol. Ali descobriu a partícula responsável pela força nuclear que mantém o núcleo dos átomos coeso, dando ao seu chefe o Nobel de Física em 1950. Até então, sabia-se que o átomo era composto por um núcleo de prótons (partículas positivas) e nêutrons (partículas sem carga), e que os elétrons orbitavam ao redor. Mas como os prótons eram todos positivos, deveriam se repelir. Como o núcleo se mantinha intacto? O físico Hideki Yukawa idealizou em 1935 a existência de uma partícula associada ao campo eletromagnético responsável por essa força. Mas foi Lattes quem demonstrou sua existência. O Nobel ficou com o chefe do laboratório, mas Lattes foi o primeiro autor do artigo na Nature que comprovou a existência da partícula, o píon.
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Cristina Bonorino: zero em cidadania
As pessoas do novo governo que demoveram o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação nunca consultaram a Plataforma Lattes, nem sabem quem foi Cesar Lattes.