Mais do que entrar no estádio com o pé direito ou vestir a camisa da sorte, comer um xis e tomar uma "gelada" no Mek Aurio antes do jogo no Beira-Rio foi uma superstição sagrada para muitos colorados durante três décadas. A remoção da lanchonete que ficava ao lado do Gigantinho para a realização da Copa do Mundo gerou polêmica em 2014, mas a lancheria está de volta em dias de jogos, agora do outro lado da Avenida Padre Cacique e sobre rodas.
– Voltamos em dezembro do ano passado com um caminhão estilo food truck, tentando retomar as nossas atividades – destaca o dono, Aurio Giovanella, 50 anos.
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Giovanella diz ser bom "matar a saudade da turma" e voltar a ouvir a torcida vibrar a cada gol, mas afirma que a equipe e o faturamento estão reduzidos. Diferentemente do que ficara acordado antes da remoção da lanchonete do local original, o terreno do município cedido ao Inter nas proximidades da Rua A não foi alugado para que o prédio fosse reerguido.
De acordo com o vice-presidente de Patrimônio do Internacional, Emídio Ferreira, a parte comercial das marcas a se estabelecerem no complexo do Beira-Rio não está mais a cargo do clube, e sim da Brio, responsável pela gestão de novos espaços e pelas áreas de alimentação e bebidas do estádio após a reforma. Portanto, para se estabelecer junto ao estádio, o Mek Aurio precisaria alugar um espaço desta empresa – Giovanella descarta a possibilidade de locar loja embaixo do estádio, pois foge da sua proposta de ser um estabelecimento de comida de rua.
O vice-prefeito Sebastião Melo lembra que, enquanto a lanchonete funcionou, havia permissão de uso para o Mek Aurio no local e, em função da Copa, o poder público pediu para retomar o espaço para a construção do acesso ao estacionamento. Diz que o Inter combinou que permitiria a reconstrução do prédio, relatando também que não pode mais intervir por se tratar de uma relação privada.
Aurio não desistiu de reabrir a lanchonete em um lugar fixo e vai buscar na Justiça o direito de reocupar a área. Enquanto isso, o food truck, que também participa de eventos e atende em outros locais quando não há jogo no Beira-Rio, é saudado por colorados saudosistas.
– Infelizmente eles tiveram que sair do local, que já era tradicional dos colorados, e contávamos com a retomada, que não aconteceu. Mas o gosto do lanche é o mesmo e a cerveja continua gelada – diz o gerente comercial Marcio da Rocha Tubino, 37 anos, que frequenta o Mek Aurio há duas décadas.
*Colaborou Bárbara Müller