A mais habitada das ilhas de Porto Alegre receberá uma iniciativa inédita num único bairro da Capital para contar a história do Bairro Arquipélago. No próximo dia 18, será inaugurado um museu de rua com exposição permanente na Ilha da Pintada, com 25 pontos identificados pela parceria entre pesquisadores de Ufrgs, turismólogos voluntários e a pesquisadora, diretora do Museu das Ilhas e moradora da região, Teresinha Carvalho da Silva.
Iniciada em 2012, a pesquisa apontou locais comuns aos habitantes, mas que têm importância histórica. Segundo a historiadora Ana Maria Dalla Zen, professora do curso de Museologia da Ufrgs, a ideia é apresentar a memória do bairro.
- No lugar de espaços físicos qualificados e coleções fantásticas, nos preocupamos em valorizar as pessoas do bairro. Queremos dar visibilidade às memórias das ilhas e fazer com que as pessoas tenham orgulho de onde moram - explica a historiadora.
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História
É o que vem ocorrendo com os alunos do curso de Turismo Ecológico, oferecido na Ilha da Pintada pelo Polo Marista de Formação Tecnológica, selecionados para apresentar os painéis aos visitantes no dia da inauguração. Entre eles, está Thielle Bordignon, 17 anos, moradora da Ilha das Flores.
- Me criei no Bairro Arquipélago, mas jamais imaginava que temos 17 ilhas. Estamos descobrindo o lugar que a gente mora. Isso me dá mais orgulho de viver aqui - conta, entusiasmada.
Para Gabrielle Martins, também de 17, moradora da Pintada, o mais importante será mostrar que as ilhas têm uma história a ser contada, como a do arroio Flor da Pintada, por onde passa a Travessia Oscar Ferreira de Freitas, a porta de entrada da ilha. Segundo os pesquisadores, o arroio teve importância durante a Revolução Farroupilha. Por ele, teriam passado os homens que invadiram Porto Alegre.
- Queremos tirar o foco das enchentes e das coisas ruins. Temos muito potencial para apresentar a quem vier nos visitar - garante Gabrielle.
Com o auxílio das turismólogas Rosiely de Souza Reis e Rosanir Lindemayer, e da diretora do Museu das Ilhas, a pesquisadora Teresinha os 20 estudantes selecionados serão os responsáveis por contar as histórias que marcam a ilha. Rosiely explica que a ideia será receber escolas e grupos de turistas por meio de agendamento telefônico - o número ainda está sendo definido.
- No futuro, queremos engajar todos os moradores das ilhas nesta iniciativa. É algo para valorizar a região - comenta Rosiely.
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