Em novo endereço, o Carnaval de Rua de Porto Alegre levou cerca de 9 mil pessoas para a Orla do Guaíba na tarde deste sábado. Com apresentações dos blocos da Trinca e do Ziriguidum e Filhos do Cumpadi Washington, a festa começou por volta das 16h na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, na altura da pista de skate do Parque Marinha do Brasil.
A nova rota da folia gerou controvérsia entre os participantes. Alguns aprovaram a mudança, enquanto outros reclamavam da falta de estrutura.
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– Neste ano, é o segundo bloco que estamos acompanhando, mas eu acho melhor na Cidade Baixa. Lá, é mais perto e a galera fica mais concentrada – diz a estudante Graziele Ribeiro, 28 anos, que estava junto da amiga e também estudante Júlia Dill, 27 anos.
Para Júlia, a mudança é positiva em função do espaço mais amplo e para fugir das reclamações dos moradores do bairro Cidade Baixa. Contudo, ela ainda critica a redução no número de dias destinados à festa:
– Não consigo entender, no Brasil inteiro os dias dos blocos está aumentando e Porto Alegre está reduzindo. É um evento muito bom para toda a população, é de graça, o pessoal se diverte, é um ambiente muito legal – avalia.
O estudante Gabriel Marques, de 21 anos, que se diz assíduo nas festas de rua na Capital, gostou do que viu: ambiente mais amplo, mais seguro e com mais policiais na volta. Contrariando algumas opiniões, a estudante Carla Rodrigues, 32 anos, reclamou da falta de estrutura, como banheiros e alimentação. Segundo ela, foi preciso andar muito para encontrar os primeiros banheiros químicos. Na sua avaliação, a folia da Cidade Baixa é melhor, pois é possível parar e descansar em um das dezenas de bares da região.
Mesmo preferindo a festa no bairro boêmio, a vendedora Kalyupi Simões, 26 anos, não perdeu tempo: preparou sacolés de groselha e guaraná com vodca para vender na Orla:
– No último domingo eu vi uma menina vendendo e resolvi fazer.
Pouco antes das 18h, a jovem havia vendido cerca de 10 docinhos alcoólicos a um preço de R$ 3.
Confira a avaliação de ZH:
Público
Nas primeiras horas da festa, o público era pequeno em comparação com as outras edições do evento. A Brigada Militar estima que 9 mil pessoas tenham comparecido à Orla, contra mais de 15 mil registrados no último domingo.
Animação
Com algumas fantasias, flores nas cabeças e isopores com bebidas, o público não parecia muito animado no começo do evento. André Ferreira, um dos organizadores do bloco Os Filhos do Cumpadi Washington, esperava levantar os foliões com hits de axé e pagode dos anos 1990.
Atendimento médico móvel
Uma ambulância acompanhava o trajeto dos blocos.
Segurança
Durante o período em que esteve no local, a reportagem avistou uma viatura da Guarda Municipal e três da Brigada Militar. Até as 20h, a BM não havia registrado nenhuma ocorrência.
Alimentação
O número de ambulantes acompanhando os foliões era grande. Tinha de tudo: pipoca, churrasquinho, xis e, claro, água e muita cerveja. O preço das bebidas variava entre R$ 3 (garrafa de água) e R$ 5 (latão de cerveja).
Banheiros
Havia cinco banheiros a aproximadamente 500 metros. Conforme o secretário da Juventude, Diego Buralde, ao todo, foram 50 banheiros. Pequenas filas foram formadas quando o bloco se aproximava, mas com menos de 20 pessoas em cada (masculino e feminino). Mesmo assim, a reportagem flagrou alguns poucos foliões urinando nas árvores do Parque Marinha do Brasil.
Lixo
Dezenas de lixeiras estavam espalhadas pelo percurso, e não houve acúmulo significativo de sujeira pela via.