Caminhar por trecho das ruas José do Patrocínio, Coronel Fernando Machado e, principalmente, Marechal Floriano Peixoto, no Centro Histórico de Porto Alegre, é como fazer um passeio no tempo. Há 18 lojas de antiguidades, além de três brechós e uma galeria de arte instaladas em apenas três quadras. Esses estabelecimentos formam o Caminho dos Antiquários e, aos sábados, levam produtos para a rua, onde uma grande feira é realizada.
Veja algumas das peças curiosas encontradas na região:
Representante deste grupo de comerciantes e sócio do Mercado Negro Antigüidades, Paulo Hippen conta que a concentração de antiquários começou de forma natural, ainda nos anos 1980. Ele teve loja em Novo Hamburgo, mas, ao perceber o polo que se formava na Capital, migrou para a Marechal Floriano, em 1994.
- Foi natural, veio um por um, e, quando a gente se deu conta, tinha um potencial, inclusive, turístico - destaca.
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Um verdadeiro contador de histórias, ele se diverte falando aos clientes sobre os objetos curiosos que vende. Destaca os utensílios que deixaram de ser úteis há muito tempo e hoje são estranhos aos leigos, como um porta relógio de bolso - ideia que foi reciclada e voltou às lojas como porta-celular, avalia ele.
Hippen não rotula um público apenas como comprador de antiguidades: diz que vai a antiquários "quem tem bom gosto". Mostrando um paliteiro em formato de lhama do começo do século 20, ao valor de R$ 190, destaca:
- Existe um preconceito de que antiquários são coisas de gente milionária. Este paliteiro é um exemplo de peça que não é tão cara.
Créditos: Divulgação
Paulo defende as antiguidades como um investimento:
- Ao contrário de uma peça nova, a cada dia que passa, a antiguidade vale mais. Vai passando o tempo e se torna mais rara.
Hippen conta que, quando abriu o antiquário, precisava bater na porta das pessoas para perguntar se tinham antiguidades para vender. Hoje é mais fácil: as famílias que vem até eles. Vizinho de loja, Marcos Manica, sócio do Ricordo Antiguidades, destaca que muita coisa também é comprada em viagens. Chega a ser difícil caminhar na loja do comerciante, tamanha quantidade de artigos antigos.
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- Eu não deixo de comprar. Me privo de outras coisas, mas disso não.
Além do mais, é o que Manica gosta de fazer - há cinco décadas.
- Trabalho de segunda a sábado, 12 horas por dia, na minha paixão que são as antiguidades.
Sobre a feira:
Ocorre aos sábados, exceto quando cai em feriadões como o de Carnaval. O horário é das 10h às 15h30min. Cerca de 50 expositores participam, incluindo antiquários, brechós e artistas plásticos. Há vagas para expositores. Informações pelo fone (51) 3224-2889.