O aparelho encontrado na bancada do PSD na Assembleia Legislativa, na última quinta-feira, não era uma escuta ilegal. A afirmação foi feita nesta terça-feira (15) pelo corregedor da Casa, deputado Marlon Santos (PDT), depois da varredura realizada por dois peritos do Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP).
Segundo ele, o equipamento localizado é um modulador de áudio, que poderia fazer parte de um aparelho de grampo ilegal. "Esse equipamento estava sem memória e não tinha condição de armazenar nenhum tipo de conteúdo", afirmou.
O trabalho de hoje foi feito por solicitação do corregedor da Casa. O aparelho foi encontrado após denúncia da defesa do deputado Mário Jardel (PSD) e de testemunhas, na semana passada.
Na mesma semana, ocorreram três depoimentos no procedimento para apurar a conduta de Jardel, líder da bancada do PSD - que só tem ele como integrante.
"Nós fizemos uma análise profunda no aparelho. Servidores concursados da Assembleia Legislativa chegaram à conclusão de que o aparelho poderia fazer parte de uma escuta ilegal, mas que somente o dispositivo não poderia gravar nenhum tipo de conversa", concluiu.
Os peritos devem encaminham um parecer sobre a varredura feita no Legislativo na quarta-feira (16). O corregedor pretende concluir o relatório até o dia 22 de dezembro.
A operação
Depois de dois meses de apuração, o Ministério Público deflagrou a Operação Gol Contra, tendo o deputado e ex-jogador como principal investigado. Há indícios de que o ex-jogador tenha cometido crimes como concussão, peculato, falsidade documental, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Também é investigado o financiamento ao tráfico de drogas com dinheiro público desviado do parlamento.