O domingo ensolarado contribuiu para que milhares de pessoas se reunissem no Parque Farroupilha (Parque da Redenção) desde o início da tarde para celebrar a 19ª edição da Parada Livre de Porto Alegre.
Carregando bandeiras coloridas e cartazes reivindicando os direitos da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), os participantes lotaram o entorno do Espelho d´Água para assistir às atrações que subiram ao palco.
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O ato, que teve início às 14h, trouxe como tema principal "Lesbitransviadagens: frente contra o retrocesso". Conforme o estudante Welynton Almeida, participante da organização do evento e membro do Coletivo Juntos, o objetivo neste ano é dar maior visibilidade a grupos que normalmente ficam em segundo plano:
- Colocamos os termos "lesbi" e "trans" na frente como forma de trazer mais pluralidade, de dar mais visibilidade para estes grupos. Além disso, esta é uma frente contra o conservadorismo, contra o retrocesso que estamos vivendo hoje no país, com projetos de lei como Estatuto da Família, o que dificulta o aborto legal, o da criminalização da heterofobia. Muitos deles, é claro, de autoria de Eduardo Cunha.
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Para Célio Golin, secretário-geral ONG Nuances, entidade que organizou a primeira Parada Livre de Porto Alegre, em 1997, a quantidade de participantes desta edição representa o sucesso do evento:
- Vejo que houve um avanço importante desde as primeiras paradas, que tinham poucas centenas de pessoas. Este evento está dando visibilidade para a causa, pois ele tem um cunho político e também educativo.
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Conforme estimativa da EPTC, cerca de 10 mil pessoas participam do evento ao longo do dia. Entre eles, o estudante João Cabral, de 22 anos, que chegou cedo ao parque e trouxe junto um grupo de 20 amigos para celebrar a diversidade:
- Nos conhecemos em lugares diferentes, formamos um grupo no Whatsapp e resolvemos nos reunir aqui porque temos orgulho do que somos. No nosso grupo, temos gays, lésbicas, héteros. Temos de tudo, e todos se dão muito bem - contou o jovem.
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Por volta das 17h30min, caminhões de som começaram a tradicional volta em torno do parque, levando os participantes a percorrer cerca de quatro quilômetros pelas avenidas Oswaldo Aranha, José Bonifácio e João Pessoa. Cartazes com os dizeres "Fora Cunha" estampavam os veículos da passeata.
No palco principal, os shows devem se estender até as 22h e ainda devem contar com a apresentação da Escola de Samba Imperatriz, além de lutas de drag queens e outras atrações.
A parada deste ano foi organizada pelos grupos Nuances, Somos, LBL, Juntos LGBT, Diversxs, Freeda, G8 Generalizando, Nupsex, Criolos, Frente Quilombola, Outra Visão - Grupo LGBT, Mães Pela Diversidade, Comissão Especial de Diversidade Sexual da OAB/RS, Coletivo Ana Montenegro, Coletivo LGBT Comunista, IBRAT, Mundo Invisível.
* Zero Hora