Os tapumes que tiravam a vista das obras na praça João Paulo I, na Rua Vieira de Castro, no bairro Santana, foram retirados no final de semana. O resultado da revitalização que levou pouco mais de quatro meses foi revelado, e a recomposição do passeio público, a recuperação do pergolado e a instalação de brinquedos para as crianças foram aprovadas pelos moradores.
- O trabalho foi bem feito e razoavelmente rápido. A praça ficou muito melhor do que era, e a questão agora é conservação - opina o marceneiro Maximiliano José Limbacher, 52 anos.
No primeiro semestre, representantes do bairro Santana tinham se mostrado contrariados com falta de informação a respeito do que seria feito no local. O corte de árvores ainda é sentido por alguns.
- Eu ajudei a plantar a buganvília no início dos anos 1970, e senti muito quando tiraram. Tinha flores rosa pink, era a alegria do bairro - diz a professora Lígia Carreta, 67 anos.
Em abril, transeuntes curiosos tentavam entender o que estava sendo feito na praça. Foto: Omar Freitas / Agencia RBS
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Dona de um café localizado ao lado do logradouro e moradora do bairro há 20 anos, Margaret Dorneles, 57 anos, lamenta que há menos pássaros no local por causa da arborização mais escassa - contou nove árvores removidas no local nos últimos três anos. Também alega que as pessoas necessitam de sombra para aproveitar a praça, mas se diz satisfeita com as melhorias. Conta que, quando reaberto, os moradores logo ocuparam o espaço.
- Domingo estava cheio: todo mundo estava na praça - lembra.
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De acordo com o supervisor de Praças, Parques e Jardins de Porto Alegre, Léo Antônio Bulling, foi necessário remover algumas árvores a fim de garantir maior insolação ao local, pois a vegetação na praça era muito fechada. Entretanto, ele afirma que pelo menos cinco árvores ainda serão plantadas, e estuda a possibilidade de plantio de uma nova buganvília. Léo admite que ocorreu uma falha quando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) iniciou a intervenção sem comunicar aos moradores sobre o projeto.
- Mas o objetivo de qualificar o espaço e devolver a eles dessa forma foi alcançado - destaca.
O valor total da obra foi de R$ 284 mil, de acordo com a Smam. O trabalho foi executado pela empresa Torke Engenharia.
*Zero Hora