Porto Alegre tem um potencial de recolhimento diário de 300 toneladas diárias de lixo reciclável. Mas somente 100 toneladas acabam indo para os galpões de reciclagem. Tudo porque parte da população descarta plásticos, isopor e papel - entre outros materiais - nos lugares errados: em contêineres, por exemplo, que são destinados ao lixo orgânico.
Para tentar mudar essa realidade, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) lançou nesta segunda-feira uma operação para fiscalizar as irregularidades. Fiscais do órgão acompanham o serviço dos caminhões e, na hora do recolhimento, verificam se o lixo está no local correto. Se não estiver, o responsável pode ser identificado e multado em até R$ 4,7 mil.
O volume desviado do destino final é tão grande que tem afetado o trabalho dos recicladores, relatam alguns deles. Tem sido cada vez mais difícil para quem atua na reciclagem encontrar os materiais. A escassez tem atrasado a retirada de circulação de carrinhos de recicladores e freado o emprego deles em galpões de reciclagem. Atualmente, há 800 trabalhando em 19 galpões - poderia ser três vezes mais. A principal causa são as coletas irregulares, que passam antes dos veículos do DMLU.
- A partir de informações do nosso centro de controle e da população, foram identificados locais de descarte indevido e furto de lixo, que é recolhido por caminhões. E há condomínios, empresas e comércio que não estão separando o lixo - disse o diretor-geral do DMLU, André Carús.
Quando o lixo reciclável é colocado nos contêineres, acaba sendo transportado até os aterros sanitários e lá é depositado. A prefeitura paga pelo peso a mais, enquanto a natureza padece com um material que pode levar dezenas de anos para se decompor.
Programe-se:
Locais e horários da coleta seletiva
Coleta do lixo orgânico
Multas passam de mil em Porto Alegre
Em 7 de abril, o novo Código Municipal de Limpeza Urbana completou um ano. Foram aplicadas 1.069 multas, mas somente 124 acabaram sendo pagas - o que rendeu R$ 121,9 mil aos cofres da prefeitura. Outras 52 não foram pagas nem os multados apresentaram defesa, portanto, acabaram inscritos na dívida ativa do município. Em processo de cobrança estão mais 331 multas. Os dados são de 19 de junho.
No final da tarde, o DMLU divulgou o resultado do primeiro dia do novo método de fiscalização. Dois veículos clandestinos que furtavam resíduos recicláveis foram flagrados e autuados. Além disso, dois contribuintes acabaram notificados por não separar corretamente os resíduos.