Comuns dentro de uma casa, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos velhos passaram a habitar as vias públicas, abandonados pelos antigos donos. Em Porto Alegre, mesmo com campanhas de conscientização ambiental e oferecendo seis unidades que recebem estes e outros materiais não recolhidos nas coletas domiciliar e seletiva, o Dmlu reconhece que falta muito para acabar com descarte irregular. Hoje, estão identificados 339 focos crônicos de lixo na Capital.
Um exemplo é a Avenida Bernardino Silveira Amorim, no Bairro Rubem Berta, onde há três anos existe uma Unidade de Destino Certo (UDC) do Dmlu e que, mesmo assim, tem as margens repletas de entulhos em diferentes trechos.
- Tem morador que se nega a dar dez passos a mais para descartar corretamente os resíduos na UDC. Canso de estar no portão da unidade e ver gente abandonando sofás, colchões e armários na calçada. E não adianta orientá-los porque ficam indignados comigo - revela o encarregado da UDC Rubem Berta, Cláudio França Aneres.
Novas unidades
Com tantos vizinhos rebeldes, a UDC Rubem Berta é a que menos recebe resíduos entre as seis unidades. No mês de março, segundo o DMLU, ela recolheu 885 metros cúbicos, enquanto a maior unidade foi a Carvalho de Freitas, no Bairro Glória, com 1.535 metros cúbicos. Segundo o diretor-geral do Dmlu, André Carús, ainda neste ano serão implantadas outras três UDC's na cidade para ampliar o serviço. Duas delas já têm destino: nos bairros Partenon e Humaitá.
- As pessoas precisam entender que há datas de recolhimento do lixo doméstico e que há possibilidades de entregar os outros resíduos de forma regular. A escolha destes endereços para novas UDC's ocorre de acordo com os locais que mais têm focos crônicos de descarte, principalmente, de materiais eletrônicos e sofás - explica André.
Responsabilidade
Apesar dos exemplos negativos, há quem colabore com a cidade. O contabilista Fernando Engel, 40 anos, do Bairro Sarandi, faz questão de a cada 15 dias despejar os entulhos de obras e outros resíduos na UDC Rubem Berta. Ele descobriu o serviço há três meses, depois de contatar com a prefeitura.
- Eu não queria despejar na rua. Busquei a informação e descobri o serviço no bairro ao lado. Se cada um fizer a sua parte, a cidade ficará mais limpa - ensina.
Atento às questões ambientais, o carroceiro e freteiro Adriano dos Santos Machado, 39 anos, da Vila Timbaúva, Bairro Rubem Berta, é um dos que mais frequentam a UDC Rubem Berta. Diariamente, ele faz até dez carretos ao local para descartar de restos de podas até móveis velhos.
- Quando sou contratado para o serviço já aviso o cliente: cobro mais caro, mas descarto sempre de forma correta. Também responsáveis pelo meio ambiente - afirma.
As Unidades de Destino Certo
* Recebem madeira, pneus, móveis velhos, colchões, terra, entulho, caliça, cerâmica, sucata de ferro, eletrodomésticos e restos de podas.
* As UDC's não recebem lixo orgânico e resíduos perigosos, como lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos.
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